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Pessoenses reclamam de atrasos em correspondências entregues pelo Correio

publicado: 15/03/2017 00h05, última modificação: 15/03/2017 14h56
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População da capital afirma que a demora nas entregas prejudica a vida e gera, muitas vezes, multas por atraso no pagamento de contas - Foto: Evandro Pereira

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Cardoso Filho

O atraso na entrega de correspondências e produtos por parte dos Correios e Telégrafos está gerando reclamações dos pessoenses. De janeiro do ano passado até ontem, o Procon estadual recebeu 47 reclamações envolvendo extravio de produtos e não entrega no prazo estipulado.

O serviço de entrega feito pelos Correios é através dos carteiros e do Sedex. Num levantamento feito pela reportagem, ficaram constatadas reclamações de vários bairros da Região Metropolitana de João Pessoa. O maior número de reclamações acontece em Cruz das Armas, Cristo Redentor, Expedicionários e Intermares.

A dificuldade na entrega das correspondências e produtos comprados através da Internet pode estar relacionada, segundo reclamam os consumidores, ao fechamento de agências e também à diminuição no número de funcionários.

O Procon da Paraíba oferece canal para os consumidores que tiveram problema no recebimento das correspondências ou outro serviço do Correios.

Prejuízo

Regina Coeli de Oliveira mora em um condomínio no bairro do Cristo Redentor e já teve problemas com a má prestação do serviço dos Correios. Segundo ela, chegou a receber uma fatura cerca de 20 dias após a data de vencimento e teve que pagar com multa “pois não teve como justificar”.

O jornalista Marcos Pereira também reclamou do atraso. Ele disse que já chegou correspondência na sua residência com até três meses de atraso. Outra reclamação é que teve dificuldade para conseguir o boleto através da internet. “O pior é ficar no prejuízo”, protesta.

O bancário Walmir Cavalcante disse que também já teve problemas, mas está sempre acessando a internet para imprimir seus boletos. “Fico tentando até conseguir e aí pago meus débitos sem problemas”, acrescenta.

A reclamação do policial militar reformado José Alves Figueiredo, que reside em Cruz das Armas, foi a mais grave. Ele afirmou que o carteiro que entregava correspondências na rua que reside havia “faltado” e as correspondências passaram a atrasar. Um dia o carteiro voltou e ao procurar saber o que havia acontecido, o funcionário dos Correios disse apenas: “estava de férias e lá não tem substituto. Estamos com poucos funcionários”.

Empresa normaliza serviço

O superintendente dos Correios na Paraíba, José Pereira da Costa Filho, não reconhece esses atrasos na entrega de correspondências. Segundo ele, esse fato aconteceu apenas em fevereiro, no período carnavalesco, por ser um mês reduzido, com apenas 23 dias corridos.

Pereira revelou que não teve demanda na execução do serviço porque a empresa não teve força tarefa para esses casos. O superintendente garante à população que o serviço de entrega já está normalizado. Ontem, o Centro de Distribuição Domiciliar (CDD), que funciona na sede dos Correios, estava praticamente vazio, pois todos os produtos a serem entregues já haviam deixado o local.

A Paraíba possui atualmente 210 unidades dos Correios e Telégrafos, sendo que, desse número, nove são terceirizadas – oito em João Pessoa e uma em Campina Grande. As agências de Cruz das Armas, Bayeux, Juazeirinho e Sousa estão com as atividades bancárias suspensas por questão de segurança, segundo o superintendente.

Canais de atendimento devem ser procurados

Para a gerente de atendimento do Procon estadual, Meriene Soares, o atraso na entrega de correspondências acarreta prejuízos para o consumidor que tem suas obrigações mensais para arcar com os pagamentos, no entanto, fica condicionado ao recebimento das faturas.

Segundo ela, caso os Correios atrasem a entrega das faturas, o consumidor vai ter que procurar outros meios para ter acesso ao documento e efetuar o pagamento, porque vai incidir em juros e demais encargos. Ela orienta que o consumidor entre em contato pelo SAC da empresa ou vá ao Procon, que possui canais de atendimento junto à empresa.

No atraso da entrega de mercadorias compradas pela Internet, o consumidor tem sete dias para desistir da compra – é o direito de arrependimento, inserido no Código de Direito do Consumidor, que prevê o cancelamento da compra sem ônus para o comprador.

Quando o consumidor procura o Procon é feito um atendimento preliminar, através de um canal de negociação junto à empresa onde o produto foi adquirido. Se não houver acordo, o processo é encaminhado para abertura direta de reclamação Não tendo acordo conciliatório na audiência, segue para a consultoria jurídica, onde os advogados vão analisar se a reclamação é procedente ou não, e caso seja positiva, é aplicada uma multa para a empresa. Munido do parecer, o consumidor entra na Justiça, onde deve pleitear seu direito.

  • O Procon estadual funciona no Parque Solon de Lucena, em João Pessoa, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30. O número para reclamação é 0800.095.0915.