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ódio racial e étnico

PF investiga suspeito de preparar atos terroristas

publicado: 14/04/2025 08h42, última modificação: 14/04/2025 08h42
Após alerta do FBI, autoridades cumpriram mandado judicial, em Pocinhos

Policiais apreenderam celulares e outros itens pessoais do alvo | Foto: Divulgação/PRF

A cidade de Pocinhos, situada no Cariri paraibano, foi palco de uma ação da Polícia Federal (PF), na manhã de ontem, que buscou combater atos preparatórios de terrorismo e discursos de ódio, praticados no meio digital, contra grupos étnicos e raciais. A Operação Leviatã, como foi denominada, incluiu o cumprimento de um mandado de busca e apreensão contra um morador da cidade. Na ocasião, foram apreendidos celulares, mídias e dispositivos de armazenamento de dados.

Um vídeo divulgado pela PF, publicado originalmente nas redes sociais do suspeito, mostra o jovem espalhando cartazes e mensagens de cunho extremista, com viés fascista. O material é idêntico ao encontrado, no mês passado, no Campus 1 da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande. Segundo a nota da PF, “o conteúdo analisado revela a predisposição do investigado para a prática de atos violentos e reforça seu alinhamento com ideologias de intolerância”.

Os investigadores tinham o suspeito na mira desde janeiro deste ano, após a obtenção de um relatório do FBI, o Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos. Com a operação de ontem, a PF espera aprofundar sua apuração e identificar possíveis coautores. O suspeito, porém, ainda não prestou depoimento, e a expectativa é que ele seja ouvido na próxima semana.

A reportagem do Jornal A União procurou a UEPB para saber se a universidade acompanhou a operação e se o suspeito era estudante de graduação em Campina Grande. A instituição informou apenas que aguarda o andamento das investigações e a divulgação de novos dados pela PF para decidir os encaminhamentos a serem adotados.

Mensagens

O conteúdo extremista identificado na UEPB, no fim de março, inclui símbolos associados ao nazismo e mensagens de ódio contra o movimento antifascista e contra pessoas negras. Os materiais — cartazes e pichações — foram encontrados nas proximidades do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) e em um banheiro da Central de Aulas. Na época, a universidade divulgou uma nota, reafirmando o compromisso com a democracia, a liberdade e os direitos humanos, e ressaltando que, se o ato tiver sido praticado por um estudante, ele pode sofrer sanções pelo cometimento de uma infração penal. Em um vídeo publicado nas redes sociais da instituição, a reitora, Célia Regina Diniz, deu outros detalhes das ações tomadas. “Solicitamos ao setor de segurança o reforço no número de profissionais da área e encaminhamos um ofício à Polícia Federal, anexando todos os indícios e provas que chegaram até as nossas mãos”, contou.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 12 de abril de 2025.