A Prefeitura de João Pessoa, o Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB) e o Instituto São José firmaram, ontem, um pacto para garantir a continuidade dos serviços prestados pelo Hospital Padre Zé, com segurança jurídica em relação aos repasses realizados pelo Município. O ato aconteceu na sede do TCE-PB, em Jaguaribe.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Luis Ferreira, o pacto representa, na prática, uma garantia de tranquilidade na relação entre a Secretaria Municipal de Saúde e o Hospital Padre Zé. A instituição hospitalar está sob uma nova gestão e passa por um processo de transformação na forma como presta assistência, que é visto como algo positivo. “Diante da reprovação das contas do hospital em fiscalizações da Prefeitura, sentimos a necessidade de um instrumento jurídico que nos desse segurança para continuar com o contrato vigente — um contrato da ordem de aproximadamente R$ 9 milhões por ano. Com esse pacto, agora temos uma base legal sólida para manter e até expandir os serviços prestados pela instituição”, afirmou o secretário.
Luis Ferreira complementou reconhecendo a importância fundamental do Hospital Padre Zé para a rede de saúde paraibana, especialmente no apoio às UPAs e no atendimento a pacientes que há muito tempo aguardam por um cuidado mais adequado nas unidades de emergência.
Segundo o presidente do TCE-PB, o conselheiro Fábio Nogueira, a atuação preventiva do Tribunal de Contas está amparada na Constituição Federal (art. 71) e na Constituição do Estado da Paraíba (art. 61), que atribuem aos Tribunais de Contas o dever de fiscalizar e orientar o uso do dinheiro público.
A nova Lei Orgânica do TCE-PB (LC no 192/2024), em seu art. 29, inciso XVIII, reforça essa capacidade da instituição, ao permitir a celebração de pactos de adequação de conduta para corrigir falhas de gestão. “Do ponto de vista legal, o Tribunal tem competência clara para firmar esse ajuste”, informou o presidente do TCE.
O diretor-presidente do Instituto São José, padre George Batista, disse que, a partir deste pacto, a instituição vai caminhar com muito mais tranquilidade, com a união de forças em torno do Termo de Ajustamento de Conduta. “Enfim, separar definitivamente o CPF do CNPJ — algo que, no passado, gerou muita confusão — isso marca o início do trabalho da nova gestão”.
O religioso concluiu agradecendo às forças políticas envolvidas que, segundo ele, foram fundamentais e fizeram de tudo para que o ato fosse realizado. “Em nenhum momento, sentimos resistência por parte da Prefeitura — ao contrário, só encontramos boa vontade e desejo sincero de nos ajudar, sempre dentro da legalidade, como deve ser”.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 06 de maio de 2025.