“Essa é a nossa forma de celebrar a festa de Corpus Christi: louvando e agradecendo”. Essas palavras foram proferidas pelo arcebispo metropolitano da Paraíba, Dom Manoel Delson, na abertura da última Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Elas resumiram a programação de Corpus Christi em João Pessoa, durante a tarde de ontem.
As celebrações incluíram a Procissão do Santíssimo Sacramento, que reuniu em torno de 1.500 fiéis, e a missa celebrada pelo arcebispo, na Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves, que encerrou as festividades.
O cortejo teve início na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e passou pelas ruas do Centro, até chegar à catedral. O momento foi de adoração e reverência ao Santíssimo Sacramento, que representa o corpo de Cristo, como esclarece o bispo auxiliar da Paraíba, Dom Alcivan Tadeus. “Essa é uma procissão antiquíssima, que surge quando havia a dúvida se Jesus estava presente na Eucaristia. Então, a Igreja fez com que, a cada ano, saísse essa procissão pelas ruas das cidades, para confirmar que realmente Jesus estava presente na hóstia consagrada, corpo, alma e divindade”.
A assistente de administração Clóris Pereira participa da procissão há mais de 30 anos. “Tudo é Jesus na vida da gente. Ele faz parte de todas as células do corpo, do sangue, na cura e na libertação. Ele deu a vida por nós, ressuscitou, está vivo e a gente crê que o pão e o vinho, com a unção do Espírito Santo, se transubstanciam e são Jesus vivo no meio de nós”.
Uma das tradições das festas de Corpus Christi são os tapetes coloridos, confeccionados por fiéis. Neste ano, os tapetes foram desenhados por 20 pessoas, em frente à Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, com pó de serra, areia, corante, sal grosso e glitter.
Missas solenes antecipam procissão
por Emerson da Cunha*
Rosineide Araújo é católica praticante e foi na manhã de ontem até a Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes, no Centro da capital, para acompanhar a cerimônia de Adoração ao Santíssimo Sacramento, dentro da programação de atividades da Festa de Corpus Christi. “Sempre procuro acompanhar as festividades da Igreja. Vim pela crença na Eucaristia, de que Jesus morreu e deu o sangue por nós. O sacramento significa que Deus está presente e vivo dentro de mim, me renovando como uma nova criatura, para todos os dias seguir os passos que ele direciona para o que viemos fazer na Terra”.
A missa solene, que começou às 9h e teve como celebrante o arcebispo metropolitano da Paraíba, Dom Manoel Delson, era a segunda do dia e fazia parte das 24 horas de programação da Festa de Corpus Christi. Desde a última quarta-feira (29), às 16h, os fiéis se revezavam entre missas solenes e momentos de adoração ao Santíssimo Sacramento.
O Corpus Christi relembra a partilha do pão e do vinho por Jesus na Santa Ceia e a frase simbólica ao repartir os alimentos: “Tomem e comam, isto é o meu corpo. Bebam dele todos vocês, isto é o meu sangue da aliança, que é derramado a favor de muitos para perdão dos pecados”. Atualmente, a ceia é refeita a cada missa a partir da comunhão dos fiéis católicos do Santíssimo Sacramento, que, pelo mistério da transubstanciação, acredita-se ser o próprio corpo e sangue de Cristo. Cada celebração remete à narrativa da salvação da humanidade pelo sangue de Jesus em sacrifício na cruz.
“Deus ofereceu o sacrifício definitivo para nossa salvação e remissão dos nossos pecados. O sangue do filho de Deus vem frutificar para que tenhamos uma vida santa, cheia de graça. Na eucaristia, Deus nos ama, nos pede amor, se entrega e se sacrifica por nós. Deus se une a nós na Eucaristia, entra na nossa vida, no nosso coração, se une a nós e pede que também nos unamos uns aos outros para formar a comunidade cristã. O amor a Deus precisa ser expresso no amor aos irmãos. Ele nos perdoa e pede que nós perdoemos uns aos outros”, colocou o arcebispo Dom Manoel Delson, durante a homilia da celebração.
Ato litúrgico foi realizado em CG
por Maria Beatriz Oliveira*
A solenidade de Corpus Christi é uma das mais importantes do calendário de eventos católicos e, para celebrar a data, a Diocese de Campina Grande organizou, ontem, um dia completo de programação religiosa.
A primeira missa foi realizada pela manhã, às 10h, na Catedral Diocesana Nossa Senhora da Conceição, e reuniu cerca de 150 pessoas. O ato litúrgico foi presidido pelo padre Luciano Guedes, que pregou para os presentes sobre o reconhecimento de nossas falhas e a importância de pedir o perdão.
Alaíde Lima faz parte do pastorado na Catedral há mais de 15 anos e conta que nunca perde a missa de Corpus Christi. “Eu não venho para a procissão porque o percurso é longo e minha idade não permite mais. Mas, para a missa, faço questão de vir todos os anos, ouvir as canções, a pregação e rezar”.
O feriado, que é celebrado cerca de 60 dias após a Páscoa, é considerado um dia santo para os católicos. O momento lembra um dos sete sacramentos, o pão sagrado compartilhado por Jesus na última ceia com os seus discípulos antes da crucificação.
“As celebrações de hoje servem para lembrar a gente o que Jesus nos deixou, que foi justamente a comunhão. Esse é o único momento que a Igreja sai nas ruas com a imagem do Jesus Eucarístico e os fiéis seguem”, explica Érika Barros, católica que frequenta as festividades há 13 anos.
O Jesus Eucarístico referido por Érika é um memorial referente à morte e ressurreição de Cristo. Mais tarde, às 15h, a catedral presidiu outro ato litúrgico, dessa vez com o bispo Dom Dulcênio Fontes de Matos. Às 17h, a procissão saiu nas principais ruas do Centro de Campina.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 31 de maio de 2024.