Depois de um período superior a três décadas sem cultivar o algodão por causa da praga do bicudo e também pela falta de incentivos e mercado, agricultores familiares de seis municípios da região de Catolé do Rocha, no Sertão, investiram na cultura e concluíram o ciclo, nesta semana, com a colheita. Diante dos resultados, eles anunciaram que pretendem ampliar as áreas de plantio na próxima safra. A assistência técnica continuada e a proposta de compra garantida com preço fixo, junto às empresas que adquirem o produto, foram os fatores que contribuíram para a retomada da atividade.
Na Paraíba, o processo de acompanhamento técnico, organização da produção e comercialização, conduzido pelo Governo do Estado, por meio da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, é apontado como de fundamental importância para reacender o interesse de agricultores pela cultura algodoeira.
Especificamente na região de Catolé do Rocha, foram dez agricultores das cidades de São Bento e Brejo do Cruz, que plantaram algodão colorido agroecológico (BRS Rubi), em uma área de 12,6 hectares, com 8.792 quilos adquiridos ao preço de R$ 2,80 por uma empresa de redes, que manifestou o desejo de que mais agricultores cultivem o algodão.
Também na região, 11 agricultores dos municípios de Brejo dos Santos, Bom Sucesso, Jericó, São Bento e Catolé do Rocha colheram cerca de 10 mil quilos de algodão branco agroecológico-BRS 286, do Programa Algodão Paraíba, produzidos em 21,2 hectares e comercializado ao preço de R$ 2,40 para a Cooperativa de Produção Têxteis e Afins do Algodão do Estado da Paraíba (Coopenatrural).
Todo o trabalho de produção teve a participação dos extensionistas rurais da Empaer desses municípios, com acompanhamento do gerente regional Humberto Ferreira Cavalcante. Ele lembrou que na região a produção de algodão deve ser intensificada, assim como tem manifestado agricultores de outros municípios.