Notícias

em assembleia

Professores da UFCG rejeitam indicativo de greve para dia 15

publicado: 08/04/2024 11h13, última modificação: 08/04/2024 11h13
Proposta foi rechaçada durante votação. Foram 154 votos contra, 50 a favor e quatro abstenções
Assembleia-geral-d-UFCG-(3)---Júlio-Cézar-Peres.jpg

Reunião dos docentes foi realizada ontem, de forma simultânea, nos campi de Campina, Cuité, Sousa, Sumé e Pocinhos | Fotos: Júlio Cézar Peres

por Maria Beatriz Oliveira*

 O corpo docente da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) se reuniu ontem em assembleia para avaliar a deflagração de greve para o próximo dia 15, como propõe o Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes). A reunião foi realizada de forma simultânea nos campi de Cuité, Sousa, Sumé e Pocinhos.

A proposta de uma greve vem como resultado da ausência de respostas nas negociações com o Governo Federal. A Associação dos Docentes da UFCG (AdufCG) apoia as reivindicações dos docentes das instituições federais ao redor do país. São elas: reposição salarial, reestruturação do plano de cargos e carreiras e revogação das normas e medidas implantadas contra os servidores durante a administração do ex-presidente Bolsonaro.Porém, durante a votação na assembleia de ontem, os professores da UFCG rejeitaram a deflagração da greve. Foram 154 votos contra, 50 a favor e quatro abstenções. Assim, as aulas na universidade seguem normalmente.

Mesmo com negativa, paralisação não está totalmente descartada

Em assembleia realizada anteriormente esse ano, a deliberação da AdufCG chegou a uma negativa à greve, mas com a proposta nacional, a tendência é que os professores adiram ao movimento.  A professora Marinalva Vilar é uma das diretoras da associação e também representa o Andes no estado. Ela informou que após as greves serem decretadas pelos servidores técnicos e pelos Institutos Federais da Paraíba (IFPB), foi preciso avançar uma linha de escuta com o cenário nacional.

“A principal ideia é articular forças para que a gente consiga avançar também na negociação com o Executivo. Estamos articulando com os demais setores do Fórum dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) na perspectiva de que a gente possa conseguir algo concreto com o governo. Com o início da greve nos IF´s e os serviço federal, a gente se une hoje para discutir a conjuntura atual, e avançar no quadro de mobilização nacional”, informou a professora.

Na ocasião, também esteve presente Mário Victor, presidente do Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos (Sintesuf) da UFCG, que declarou apoio à iminente greve dos professores da instituição.

A assembleia, que aconteceu no auditório do Centro de Extensão José Farias, foi exclusiva para os docentes, mas os alunos marcaram presença na entrada do local, como forma de protesto contra a possível paralisação. Vinícius Fernandes está cursando o 3º período de Medicina e teme que a sua formação sofra atrasos.

“Eu sou totalmente contra a greve. Não vejo nenhum sentido em atrasar o que já está atrasado. Só vai piorar e agravar a educação. Eu acho que primeiro a gente tem que pensar em regularizar o calendário e só em última instância entrar em uma greve. Os servidores técnicos já entraram e isso já tem atrapalhado. Não temos mais acesso ao laboratório, por exemplo. Já está atrapalhando o ensino”, desabafou o graduando.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 06 de abril de 2024.