Professores e servidores técnico-administrativos em educação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realizaram, na manhã de ontem, um ato público em frente ao prédio da Receita Federal, na Avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa. O protesto foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba (Sintespb), com o apoio do Sindicato dos Professores da UFPB (Adufpb). O objetivo foi manifestar a insatisfação da categoria com as propostas mais recentes do Governo Federal, que não preveem um reajuste salarial ainda em 2024.
O diretor de Juventude, Esportes e Lazer do Sintespb, Wilson José da Silva, que está como coordenador substituto, detalhou as últimas propostas do Executivo Federal e o que a categoria tem negociado. “No dia 11, houve uma audiência com o Governo, que apresentou uma proposta de reajuste salarial de 9% em janeiro de 2024 e 5% em abril de 2026. Dentro dessa negociação, tratou-se do step [marco que altera o salário], que hoje é de 3,9%. A gente solicitou que o Governo aumentasse para 4%, a partir de setembro; 9%, em janeiro de 2025; e, em abril de 2026, mais 9%. No entanto, o Governo fez uma contraproposta de 4%, a partir de janeiro de 2025, mais 4,1%, em abril de 2026”, disse.
Segundo Wilson, os servidores das 64 universidades federais que estão em greve devem se reunir em assembleia na próxima terça-feira (18), para analisar a proposição. Por enquanto, ele considera os reajustes insuficientes. “Quando fizer a soma de todos esses benefícios que o governo pretende apresentar, a categoria vai sair perdendo, porque vem o Imposto de Renda, a contribuição para a Previdência Social e uma série de coisinhas que descontam do salário — e, no final, vai dar no mesmo”, avaliou.
Negociação com docentes
Outra categoria em greve, a dos professores das universidades e institutos federais, participou, ontem, de uma nova rodada de negociações com o Governo Federal. Representantes dos docentes, como o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), estiveram com integrantes dos ministérios da Educação (MEC) e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI). Nesse encontro, o Executivo se comprometeu com a revogação da Portaria 983, de novembro de 2020, que aumentou a carga horária mínima semanal dos docentes. Em contrapartida, a paralisação deveria ser encerrada.
De acordo com o secretário-geral da Adufpb, Fernando Cunha, não houve mudanças na proposta de reajuste salarial, que prevê recomposição apenas a partir de 2025 (9%) e em 2026 (3,5%). Os docentes, por outro lado, esperam uma recomposição de 4,5%, ainda neste ano. “O governo apresentou medidas que já estavam em nossas reivindicações e tinham um impacto na vida funcional, mas não um impacto financeiro. Isso foi positivo, mas ainda não atende completamente as reivindicações relacionadas ao reajuste salarial e à recomposição do orçamento das universidades”, declarou.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 15 de junho de 2024.