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Projeto paraibano pode ir à COP30

publicado: 14/10/2025 08h24, última modificação: 14/10/2025 08h24
Jogo une educação e lazer para estimular pensamento crítico e protagonismo dos jovens frente às mudanças climáticas
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Jogo, que já passou por diversas escolas da Paraíba, é vivenciado de forma cooperativa | Fotos: Arquivo pessoal

por Pedro Alves*

Imagine ir para a escola ou para um dia de trabalho e aprender sobre o meio ambiente, compreendendo a realidade da crise climática no país e no mundo por meio de jogo de um tabuleiro. É justamente esse o objetivo do projeto Missão Território, que foi lançado em julho deste ano, no Centro de Tecnologia do Campus I da UFPB, em João Pessoa, e conecta educação, lazer, meio ambiente e políticas públicas, em um ambiente pedagógico e lúdico. Agora, a iniciativa está próxima de ser selecionada para a Conferência do Clima das Organizações das Nações Unidas (ONU), a COP30, que será realizada no Brasil, em Belém, em novembro deste ano.

Idealizado em 2024, o jogo teve seu lançamento no início do percurso de exibições e articulações do jogo rumo à COP30. O projeto é um dos que foram selecionados para a Plataforma Brasil Participativo, o que lhe dá a chance de ser apresentado na COP30. Os cinco projetos mais votados em cada eixo temático terão o direito de participar do maior evento sobre o clima no planeta. A votação vai até o dia 31 de outubro e, para participar, basta fazer o login no site do Governo Federal. 

O Missão Território é um jogo de tabuleiro, idealizado pela empreendedora Carolina Candeia, em que todos jogam juntos para defender uma localidade hipotética de problemas ambientais. As decisões têm que ser tomadas em conjunto, de acordo com a dinâmica do jogo, para que o meio ambiente possa ser defendido do melhor modo, com as condições possíveis, visto que existem limitações de recursos, por exemplo.

“É um jogo cooperativo. Então, a gente não tem uma equipe vencedora. Somos todos nós contra a crise climática. A gente tem que trabalhar de forma colaborativa para vencer o tabuleiro. Os recursos são reduzidos, de forma que não dá para comprar todas as soluções. E também tem o limite de tempo. Isso foi feito de forma proposital para simular o que as instituições e todos nós encaramos na realidade”, descreve Carolina.

Na prática, o Missão Território é bem mais do que um jogo. É uma metodologia de educação crítica que combina lazer, conteúdo pedagógico, indicadores socioambientais reais e dinâmicas cooperativas para estimular o pensamento conjunto e o protagonismo dos jovens diante dos desafios atuais da emergência climática.

Nesse contexto, a ideia é proporcionar educação ambiental nas escolas paraibanas. Carolina entende que o projeto contempla um conteúdo atual, urgente e que precisa ser sistematicamente tratado nas unidades escolares brasileiras, o que, segundo ela, ainda não é uma realidade plena.

“O projeto é de um programa de educação ambiental, com turmas trimestrais, para funcionar no contrafluxo do horário escolar. Entregamos oito encontros de 90 minutos, usando o jogo como ferramenta de reflexão e debate, além um projeto de culminância: a micromissão para o território”, explicou a idealizadora.

O Missão Território já foi demonstrado no Pará, em escolas da Paraíba, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e em empresas públicas, a exemplo da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa). A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) também recebeu uma apresentação do projeto.

Idealizadora

Natural de São Paulo, mas criada em Patos, no Sertão da Paraíba, Carolina Candeia tem 51 anos e é formada em Odontologia. Em 2011, ela começou a empreender, mas foi em 2017 que passou a entrar no mundo da inovação social, a partir de estudos na Fundação Getulio Vargas, em São Paulo. No ano passado, a idealizadora do Missão Território aumentou seu contato com o tema ambiental e com agentes diversos de defesa do meio ambiente.

“Nesses encontros com diversos atores, entendi que tínhamos um problema grande e complexo no mundo e que a gente precisava das pessoas especialistas para resolvê-lo. Mas eu também entendia que existia ali uma questão pedagógica, que a gente precisava investir na educação ambiental. Então, o jogo surge dessa necessidade que percebi”, completou Carolina.

Através deste link, vote no Missão Território

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 14 de Outubro de 2025.