Dos 136 açudes monitorados na Paraíba, 45% atingiram a capacidade máxima no final de março. O dado é da Agência Executiva de Gestão de Águas da Paraíba (Aesa-PB). A situação, de acordo com o órgão, é considerada dentro da normalidade e não gera preocupação. A expectativa é que as chuvas previstas nos meses de abril e julho contribuam para manter os níveis regulares dos mananciais, que abastecem diversas famílias, em todo o estado.
Desse total de reservatórios sob monitoramento, quatro atingiram capacidade máxima e sangraram, no mês passado. O destaque foi o manancial de Olho d’Água, localizado em Mari, cuja capacidade é de 868.320 m³, mas que ultrapassou esse limite e alcançou 918.972 m³, registrando um aumento de 105,83%.
Em Monteiro, o açude de Poções apresentou um crescimento de 102,33%, subindo de 29.861.562 m³ para 30.557.633 m³. Também em Monteiro, o açude São José II cresceu 100,18%, saindo de 1.311.540 m³ para 1.313.847 m³. Já o reservatório de Araçagi, no município de mesmo nome, teve um acréscimo de 100,58%, passando de 63.289.037 m³ para 63.654.149 m³. Enquanto 88 reservatórios tiveram a sua capacidade superior a 20% do volume total, 26 estão em observação pela Aesa-PB, com menos de 20% do volume total, e 18 estão em situação crítica, com menos de 5%.
No mês passado, seis açudes chegaram a sangrar — os de Gramame, Mari, Araçagi, Camalaú e os dois de Monteiro. Em relação ao cenário dos últimos dois meses, Jana Yres, técnica em Recursos Hídricos e de Geoprocessamento da Aesa-PB, em Sousa, indica que houve boa recarga hídrica em várias regiões do estado, o que ajuda a manter os níveis de água para o consumo dos paraibanos.
Segundo ela, no mês passado, dentre os maiores mananciais, o açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, alcançou 56% da sua capacidade, enquanto o de Coremas-Mãe d’Água (o maior da Paraíba), chegou a 44%. Em Taperoá, o açude Manoel Marcionilo (Taperoá II) teve um salto de 2% para 11% em seu volume de água, o que permitiu o abastecimento de água nas regiões do Cariri e Seridó. “As cheias contribuem a favor das recargas daqueles reservatórios que estão com déficits, ou seja, abaixo dos percentuais favoráveis, em termos de abastecimento. É o caso do Epitácio Pessoa e do Manoel Marcionilo”, ressaltou.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 11 de abril de 2025.