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Vale dos dinossauros

Reaberta a trilha das pegadas pré-históricas

publicado: 24/04/2023 16h18, última modificação: 24/04/2023 16h18
Área localizada no Sertão paraibano passou por várias melhorias
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Sítio paleontológico, que fica na Bacia Sedimentar Rio do Peixe e engloba Sousa e municípios circunvizinhos no Sertão paraibano, é considerado um dos mais importantes do Brasil e pode ser visitado pela população gratuitamente - Foto: André Cananéa
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por Alexsandra Tavares e André Cananéa*

Reaberto em março na sua totalidade, após passar por serviços de melhorias nas pontes e passarelas, o Vale dos Dinossauros, em Sousa, Sertão paraibano, recebe cerca de 90 visitantes de terça a sexta-feira. Nos fins de semana, esse número praticamente dobra, chegando a mais de 1.150 pessoas por mês.

No total, foram restaurados quase 100 metros de pontes e mais de 165 metros de passarelas. De acordo com informações da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), que administra o local, os equipamentos passaram por reestruturação das estruturas metálicas, além da troca de todo assoalho.

Essas vias conduzem o público pelo interior do Vale, levando-o até as pegadas fossilizadas do sítio paleontológico, que é considerado um dos mais importantes do Brasil. Segundo a Sudema, os próximos passos serão as reformas do museu e dos quiosques.

Entre os visitantes mais frequentes estão moradores da região, estudantes de Sousa e cidades circunvizinhas. Mas, pela importância histórica e científica, a unidade de conservação recebe públicos de vários cantos do Brasil e também do exterior. Segundo Alesçandra, gerente do local, não é preciso fazer agendamento para conhecer o ponto turístico.

“Na unidade de conservação Vale dos Dinossauros oferecemos visitação guiada, informando sobre a parte histórica, com os acervos da parte do museu. Logo após, a pessoa segue por uma trilha que leva até as pegadas fossilizadas que estão localizadas no leito do Rio do Peixe. Então, o Vale dos Dinossauros oferece uma visitação toda guiada, lembrando que não é cobrada taxa para visitação, nem precisa agendar”, comentou Alesçandra Mariz.

Durante o período de reforma, a visitação ficou concentrada na parte do museu, onde existe um acervo com paineis explicativos, com imagens das imagens fossilizadas. “Isso foi interessante para que o visitante, após a reforma, retornasse para fazer a visitação total da unidade e visualizasse as pegadas”, acrescentou.

O monumento, inaugurado em 10 de julho de 1999, é o sítio paleontológico mais representativo da Bacia Sedimentar do Rio do Peixe, que engloba Sousa e municípios circunvizinhos. O equipamento está em constante serviço de ampliação e melhorias. Em agosto de 2020, os Governo Federal e Estadual entregaram a ampliação da sede do Vale dos Dinossauros, dotando o equipamento de praça de alimentação e auditório.

O lugar é bastante arborizado e convidativo, tanto para estudos paleontológicos, como para análises da fauna e da flora (existe até uma casa de apoio para pesquisadores), além de passeios em família. Não é raro encontrar por lá grupos de estudantes em busca de conhecimentos sobre os animais pré-históricos.

As pegadas reais de dinossauros herbívoros e carnívoros são a grande atração do equipamento. Informações fornecidas pelo museu dão conta de que elas haviam sido descobertas ao acaso, por um fazendeiro, em 1897, mas foi em 1920 que um engenheiro de minas do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Luciano Jacques de Moraes (1896-1968), teve o olhar científico sobre o achado. Ele chegou a enviar uma amostra das pegadas aos Estados Unidos, em 1924, sem que nunca obtivesse qualquer retorno. De acordo com uma guia local, outra mostra foi enviada em 1930, dessa vez para o Reino Unido.

Os rastros pertenciam a um iguanodonte e a um abelissauro. Animal herbívoro, o iguanodonte viveu entre o período Jurássico até meados do Cretáceo e, dizem os estudiosos, também foi encontrado na Europa e na China. Já o abelissauro era um animal carnívoro que viveu na América do Sul durante o período Cretáceo.

*Matéria publicada na edição impressa de 21 de abril de 2023.