por Thadeu Rodrigues*
O desempenho do setor de turismo, em João Pessoa, no período de setembro a dezembro de 2021, superou em 10% o obtido no mesmo período de 2019, no que se refere à taxa de ocupação hoteleira. O índice é da pesquisa do Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional (Labimec), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que mostra a retomada das atividades locais.
Os dados foram coletados na Empresa Paraibana de Turismo (PBTur) e no Painel de Dados de Turismo da Organização Mundial de Turismo. Um dos coordenadores da pesquisa, o professor e economista Cássio da Nóbrega, aponta que o pior período foi em março de 2021, quando houve uma redução de 60% na taxa de ocupação hoteleira da capital, em comparação com o mesmo mês de 2019. “O setor de turismo foi muito afetado. Mas, os números atuais comprovam a retomada das atividades, proporcionada pela vacinação em massa”, contextualiza o coordenador.
Em janeiro deste ano, entre os visitantes da Paraíba que se hospedaram em hotéis e pousadas, 19,5% vieram de São Paulo. Os demais estados de origem dos turistas são Pernambuco (15%), Minas Gerais (8,6%), Rio Grande do Norte (8,3%) e Distrito Federal (6,6%). No que se refere às regiões, o Nordeste ainda é o principal emissor de turistas, com 41% de representatividade.
Quanto ao índice de receita nominal das atividades turísticas no Brasil, o professor destaca o fluxo negativo em março de 2020, com leve crescimento ao longo daquele ano e relativo pico, em dezembro, apresentando nova redução até março. “A partir de abril do ano passado foi iniciado um novo período de retomada, o que parece se estabelecer neste ano. Esperamos que se mantenha em crescimento”, comenta Cássio da Nóbrega.
Internacional
Apesar dos bons resultados locais, as despesas do brasileiro com turismo internacional ainda seguem em baixa. Em janeiro do ano passado, houve uma redução de 82%, no comparativo com 2019. No decorrer do ano, houve um discreto aumento, chegando à redução de 48% em dezembro.
Conforme Cássio da Nóbrega, a inflação, que ocasiona a redução do poder de compra da população; a perda de renda, com o desemprego; e o câmbio são fatores que contribuem para o desempenho. Além disso, ainda há o receio de algumas pessoas em fazer viagens internacionais, por causa da pandemia da Covid-19.
Inverno aquecido
O Aeroporto Internacional de João Pessoa tem uma expectativa de crescimento de 6% do número de assentos ofertados em junho deste ano, comparado ao mesmo mês de 2019. Quanto ao mês de julho, a projeção é de alta de 20% do número de passagens vendidas sobre o mesmo período de 2019.
Em junho de 2019, o Aeroporto Presidente Castro Pinto ofertou 111.277 assentos. A previsão é que o número chegue a 117.536, em junho deste ano. A estimativa para julho de 2022 é a venda de 161.140 assentos, 27 mil a mais que o desempenho de 2019 (133.858).
A empresa Aena Brasil administra o terminal viário e está desenvolvendo obras no local, assim como em outros cinco que administra no Nordeste. Serão feitas melhorias desde a parte de infraestrutura dos aeroportos até à questão operacional.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 14 de junho de 2022