A unidade socioeducativa de Semiliberdade, da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente “Alice de Almeida” (Fundac), está retomando suas atividades presenciais, após um longo período realizando atendimento domiciliar de adolescentes e jovens em cumprimento de medidas judiciais, devido à pandemia do coronavírus.
Segundo Davi Lira, diretor da unidade de Semiliberdade da Fundac, o atendimento socioeducativo presencial estava parado há um ano e um mês frente ao surgimento da pandemia, quando o poder judiciário resolveu suspender os atendimentos presenciais de semiliberdade, assim como aconteceu com as atividades escolares e de profissionalização dos socioeducandos.
“Acreditamos que a medida de suspensão seria provisória e que não permaneceria por tanto tempo. Desta maneira iniciamos o atendimento domiciliar dos socioeducandos que cumpriam medidas na Unidade, para que seus acompanhamentos não fossem suspensos e judicialmente prejudicados”, disse Davi.
De acordo com Mara Fonseca, assistente social da Semiliberdade, a 2ª Vara da Infância e Juventude da Paraíba determinou que os 12 socioeducandos que cumpriam medidas judiciais de semiliberdade na Fundac, no início da pandemia, passassem a cumprir a medida de forma domiciliar, no intuito de evitar a disseminação do coronavírus.
Nesse contexto, a equipe técnica da Semiliberdade, composta por cinco profissionais, entre eles uma pedagoga, duas assistentes sociais, uma psicóloga e uma advogada, deram continuidade aos atendimentos dos socioeducandos, através de ligações telefônicas, videochamadas e visitas domiciliares pontuais.
A retomada do atendimento presencial na Unidade aconteceu no início desta primeira semana de maio e, até o momento, a Unidade já recebeu sete dos nove internos que deverão continuar cumprindo suas medidas judiciais de semiliberdade na própria Unidade de Internação.
“Desde o ano passado, a equipe técnica da Semiliberdade, em conjunto com a direção da Unidade e da Fundac, vem se preparando para a retomada dos socioeducandos na Unidade. Fizemos o planejamento e nele enfatizamos todas as rotinas de atendimento, pensando ainda na escola e na continuidade dos cursos profissionalizantes”, lembrou Mikaella Barreto, psicóloga da Semiliberdade.
“Como ainda estamos inseridos em um processo de pandemia, a retomada do ano letivo novamente está acontecendo de forma diferenciada. No caso da Semiliberdade, os socioeducandos estão matriculados na rede regular de ensino, onde as aulas vêm acontecendo de forma remota”, explicou Uêgylla keitylly, pedagoga da Unidade.
A perspectiva pedagógica da Semiliberdade é acompanhar os socioeducandos durante as aulas remotas, através do laboratório de informática que foi montado na Unidade, ao mesmo tempo que poderão contar com o suporte de um professor de reforço escolar, que auxiliará os socioeducandos durante as atividades escolares.
“Quanto aos cursos profissionalizantes, teremos a retomada das atividades na Padaria Escola Nosso Pão que, inicialmente, receberá cinco adolescentes em cumprimento de medidas na Semiliberdade, como também a volta dos cursos profissionalizantes programados para a Unidade, além da execução do projeto Maleta Juventudes, que agregará valores nesse momento de retomada a Unidade”, concluiu a pedagoga.