Em uma cidade inglesa, um garoto de apenas 13 anos é detido pela polícia, sob a suspeita de ter assassinado uma colega de classe. Em meio a investigações, interrogatórios e sessões com uma psicóloga forense, surgem indícios de que o estudante estava profundamente abalado por episódios de bullying contra ele. Essa é a premissa da minissérie “Adolescência”, um dos lançamentos de maior sucesso da Netflix neste ano, que vem chamando atenção de pais e filhos, em todo o mundo, por retratar riscos e problemas enfrentados pela população infantojuvenil contemporânea.
Com foco nos temas e eventos abordados em “Adolescência”, o juiz titular da 1a Vara da Infância e Juventude de João Pessoa, Adhailton Lacet Correia Porto, ministra, amanhã, duas palestras em escolas particulares da capital. Como parte do “Projeto ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente], Família e Escola”, as apresentações ocorrem às 8h, no Motiva Tambaú, e às 14h, no Motiva Altiplano.
Após realizar apresentações em 12 instituições públicas de níveis Fundamental e Médio da cidade, Adhailton chega à rede privada, mantendo o objetivo de orientar alunos e familiares sobre o impacto do bullying e outros assuntos relacionados ao comportamento dos jovens da geração atual. “O magistrado não pode se limitar, apenas, a prolatar decisões e sentenças em seu gabinete, mas deve conhecer, com mais profundidade, a situação das crianças e dos adolescentes em fase escolar. Percebemos que essa visita era muito desejada, tanto pela direção da escola como pelos pais dos alunos”, destaca o juiz. “Normalmente, as palestras contam com profissionais das áreas de Serviço Social, Pedagogia e Psicologia, além de conselheiros tutelares”, acrescenta, revelando, ainda, que há planos para levar a iniciativa para municípios do interior do estado.
Alerta
Conforme aponta o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), a Lei no 13.185/2016 classifica o bullying como uma intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação, incluindo insultos, ameaças e apelidos pejorativos, entre outros. Especialistas defendem que o diálogo é a melhor arma para combater esse problema; por isso, pais e gestores escolares devem estar atentos ao comportamento de crianças e adolescentes, em casa e nas unidades de ensino, e manter sempre abertos os canais de comunicação com eles.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 08 de abril de 2025.