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Sudema monitora fauna em áreas preservadas

publicado: 24/05/2024 09h13, última modificação: 24/05/2024 09h13
Por meio de câmeras, órgão busca coletar dados sobre espécies do bioma
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A jaguatirica é um dos animais já identificados pela ação, como o teiú e o timbu | Foto: Gilberto Firmino/Arquivo A União - Foto: PHOTOCECH

A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) vem realizando o monitoramento remoto de espécies da fauna da Caatinga no estado. Promovida pela Divisão de Fauna do órgão, a ação conta com o auxílio de 13 armadilhas fotográficas, um aparelho de GPS e uma câmera fotográfica para registro de espécies a longa distância. A atividade começou com a instalação de quatro câmeras na Unidade de Conservação (UC) Parque Estadual da Pedra da Boca, em Araruna, e ainda deve introduzir mais nove câmeras em duas outras UCs: as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) das Onças (em São João do Tigre) e do Cariri (que atravessa as cidades de Cabaceiras, Boa Vista e São João do Cariri).

O principal objetivo da iniciativa é mapear e coletar dados sobre as espécies existentes nessas regiões, para reforçar as ações de mitigação dos impactos sobre sua sobrevivência e atuar no controle e no cuidado desses animais. O material registrado pelos equipamentos da Sudema também serão disponibilizados em plataformas digitais para pesquisas e estudos sobre o tema. Entre as espécies já identificadas pelo monitoramento, estão o timbu, o lagarto teiú e até um felino, a jaguatirica.

Ocupando cerca de 90% do território da Paraíba, de acordo com a Sudema, a Caatinga apresenta uma rica biodiversidade em espécies de fauna. Além dos animais citados acima, outro destaque do bioma é o mocó, mamífero roedor que está classificado na categoria Vulnerável pelo Ministério do Meio Ambiente. Entre as causas que levam à ameaça de extinção desta e de outras espécies, estão o uso desordenado do solo, a caça, a retirada de cobertura vegetal e a instalação de empreendimentos sem o devido licenciamento ambiental.

Parte da programação do ciclo junino na capital, a Feira de Cordel apresenta obras de cordelistas contemporâneos | Foto: Daniel Silva/Secom-JP

“Essas ações geram a retirada da vegetação, e isso dificulta a sobrevivência dos animais ou faz com que eles tenham que se deslocar para outra área”, informa o chefe da Divisão de Fauna da Sudema, Leandro Silvestre. Nesse contexto, as UCs escolhidas para a instalação das armadilhas fotográficas são lugares que servem como reduto para essas espécies, por lhes proporcionar abrigo e condições saudáveis.

Ainda de acordo com Leandro, a atividade de monitoramento nas APAs das Onças e do Cariri deverá levar mais tempo de monitoramento, devido à sua extensão territorial – juntas, as áreas somam mais de 54 mil hectares.

Para além da coleta de dados, a iniciativa da Sudema também visa auxiliar o combate aos crimes ambientais, como a caça ilegal, mineração e extração de madeira, já que, por meio das câmeras, é possível registrar flagrantes de degradação ao meio ambiente.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 24 de maio de 2024.