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Suspeitos de homicídios são presos com armas e drogas

publicado: 03/01/2018 20h05, última modificação: 03/01/2018 20h33
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Operação Arataguis teve início há cerca de três meses com o objetivo de desarticular o grupo que agia no Litoral Sul - Foto: Evandro Pereira

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Cardoso Filho

Um grupo composto por 23 pessoas, sendo 19 adultos e quatro adolescentes, foi preso e apontado como responsável por uma série de assassinatos, tentativas de homicídios e tráfico de drogas na região do Litoral Sul do estado. Entre as vítimas está uma criança de pouco mais de um ano que, segundo o delegado Aneílton de Castro, está paraplégica. Pai e filho - Marcos Honório (Coroa) e Marcos Honório Júnior (Pará) - são suspeitos de comandar a quadrilha, que também tinha três mulheres. Os presos que seriam integrantes da quadrilha são Edmilson Pereira da Silva (Mago da 12), José Fernando da Silva Pereira, Daniel da Silva Pereira, Allan Nascimento da Silva, Gabriel Vasconcelos Mendes, Severino Ramos Honorato da Silva (Véi da 12), Severino Pereira dos Santos (Mó ou Aleijado), Marcos Honório (Coroa), Marcos Honório Júnior (Pará), Alexandre Pereira da Silva (Bigura), Maria Delma Lucas da Silva, Ecilana Kelliana Melo de Oliveira, Elionado Bezerra dos Santos (Naldo), Jefferson de Souza Cavalcante, Ivanildo Silva de Souza, Edilelson Medeiros da Silva, Jailson da Silva Alexandre (Mumbaba) e Helton Rannie Costa de Araújo (Gordo Helton).

Os detalhes da 'Operação Arataguis' foram reveladas nesta quarta-feira (3) durante coletiva na Central de Polícia, em João Pessoa, pelos delegados Aneílton de Castro (da 6ª Delegacia Seccional de Alhandra), Flávia Assad (do Núcleo de Homicídios de Alhandra) e pelo major Melquisedeque Matias (comandante da Companhia Independente da Polícia Militar). Durante as investigações, além das prisões e detenção dos adolescentes, os policiais também apreenderam nove armas de fogo, 54 munições, 402 gramas de cocaína e aproximadamente seis quilos de maconha. Duas balanças de precisão e máscaras também foram apreendidas com o grupo. As máscaras, segundo os delegados, eram usadas nas ações, apesar de maioria dos atos criminosos o bando ia de “cara limpa”.

A ação, que recebeu o nome de 'Operação Arataguis', teve início há cerca de três meses com o objetivo de desarticular um grupo responsável pelo tráfico de drogas e a prática de homicídios no Litoral Sul da Paraíba. Segundo a delegada Flávia Assad, um dos presos, identificado como Marcos Honório Júnior, de 31 anos, o “Pará”, é apontado como responsável pela execução de várias pessoas e a tentativa de homicídios contra outras, entre elas uma criança de pouco mais de um ano. Juntamente com o grupo, “Pará” é suspeito de envolvimento em um triplo e um duplo homicídios ocorridos no Litoral Sul. Ele e a mulher, Ecilana Kellyvan Melo de Oliveira, de 33 anos, foram presos no município de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Nessa ação, a Polícia Civil da Paraíba contou com o apoio de policiais civis do Rio Grande do Norte.

“Pará”, disse o delegado Aneilton de Castro, já tem quatro prisões preventivas e uma temporária decretadas pela Justiça da Paraíba. “Ele é altamente perigoso e temido naquela região”, disse o delegado. O pai dele, Marcos Honório, foi preso em João Pessoa, na Comunidade Beira Molhada, no Bairro Jardim Veneza. O grupo vinha agindo desde o final de 2016 e desde a época a Polícia Civil estava investigando os crimes. Há cerca de dois meses, revelou o delegado, as investigações se tornaram mais intensas, no entanto existia a dificuldade porque moradores da região, principalmente aqueles que haviam sido vítimas, não queriam falar temendo represálias, “mas conseguiram convencer essas pessoas a prestarem informações’, disse.

Ações em Alhandra e Caaporã

Durante os levantamentos dos agentes da Delegacia Seccional de Alhandra, foi descoberto que pai e filho pertencem à facção Okaida e são responsáveis diretamente por dez homicídios, entre duplos e triplos, disse o delegado Aneílton de Castro. As ações do grupo aconteceram, com mais frequência, nos municípios de Alhandra e Caaporã, inclusive com a presença de adolescentes, todos praticados com requintes de perversidade. “Eles chegaram a matar membros da própria facção quando não concordavam com as atividades determinadas pelos dois chefes. A criança de um ano ficou paraplégica por causa da maldade dos bandidos”, destacou o delegado. Nas investigações, a polícia descobriu que pai e filho dividiam o controle do grupo e determinavam as ações, quem deveria morrer e os motivos.

O major-PM Melquisedeque Matias disse que a demonstração de força do grupo no Litoral Sul era simplesmente baseada na maldade, mesmo que não houvesse resistência, até mesmo dentro do próprio grupo. As ações criminosas naquela região eram ordenadas por Coroa e Pará, de praticar atos contra a vida até mesmo de parceiros. “O objetivo era controlar qualquer tipo de levante contra o comando dos dois, motivado pelo trabalho em conjunto das polícias Militar e Civil”, esclareceu o comandante da 1ª Companhia Independente de Alhandra.

O delegado Aneílton de Castro disse que o trabalho investigativo vai continuar, pois existem outras pessoas envolvidas que estão foragidas. “Estamos representando pela prisão preventiva de todos os envolvidos. Alguns deles já tiveram os mandados expedidos pela Justiça”, revelou. Alguns dos presos já estão no Presídio do Roger e outros, com prisões temporárias, estão na carceragem da Central de Polícia. A operação recebeu o nome de Arataguis devido ao primeiro nome da cidade de Alhandra, já que a quadrilha tinha como objetivo tomar o controle da cidade.