Iluska Cavalcante
Cerca de mil trabalhadores realizaram uma manifestação na manhã de ontem (27) em comemoração antecipada pelo Dia do Trabalho e para protestar contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A comemoração teve início por volta das 8h30, com um café da manhã realizado na Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Paraíba (Fetag-PB). Por volta das 10h, os manifestantes saíram em caminhada em direção à praça do Pavilhão do Chá, no Centro de João Pessoa.
Através de cartazes e palavras de ordem, os trabalhadores protestaram contra a reforma trabalhista, a lei da terceirização e em favor de mais direitos. O ato foi realizado por mais de 300 entidades, entre elas a Frente Brasil Popular, Central Única de Trabalhadores e Fetag, além de contar com a participação de sindicatos de trabalhadores.
A vereadora Sandra Marrocos (PSB) prestigiou o momento e fez questão de discursar sobre a importância dos trabalhadores terem seus direitos garantidos. A diminuição de direitos é algo sério e grave, os direitos conquistados estão sendo destruídos. O dia 1º de maio para nós é de resistência e a gente diz, nenhum direito a menos".
A agricultora Maria do Carmo Oliveira, de 61 anos, estava entre os manifestantes e comentou sobre a importância de debater melhorias para os trabalhadores. "Nós que somos trabalhadoras temos que nos reunir para alcançar nossos objetivos, que é ter a liberdade de ter as coisas, principalmente quem trabalha na agricultura. É ter um crédito, apoio da Fetag, é por isso que estamos aqui", disse.
Já o presidente da Fetag, Liberalino Ferreira, disse que o momento não é de comemoração para os trabalhadores. "Todos os trabalhadores estão vivendo um momento muito difícil. Foi aprovada uma legislação trabalhista que matou os direitos dos trabalhadores, a terceirização que foi um desastre", disse.
João Félix de 32 anos é gari e também participou do protesto. Representando a classe de trabalhadores da limpeza urbana, ele enfatizou a luta por mais direitos. "Estamos na luta contra a retirada de direitos. Nós da limpeza urbana sofremos muito. O direito integral das férias foi retirado. Agora estamos tendo que tirar parcelado e isso dificulta muito a nossa vida", comentou.
O presidente Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Jackson Macedo, explicou que a comemoração pelo Dia do Trabalho foi antecipada por conta do feriado estendido desse ano, e que o principal objetivo dos trabalhadores, além da luta pelos direitos, é que Lula seja candidato à presidência da república em 2018 . "As centrais que estão organizando o ato desse ano tem como mote lula livre e justiça pela morte de Marielle. Queremos que o presidente Lula seja solto e dispute as eleições”.