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UEPB descobre mais um sítio arqueológico

publicado: 21/07/2023 08h37, última modificação: 21/07/2023 08h37
Área de mais de um hectare pode ter sido habitada pelos tupi ou aratu
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Área mapeada fica entre Pilões e Pilõezinhos e tem vestígios de cerâmica - Foto: Labap/UEPB/Divulgação
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Foto: Labap/UEPB/Divulgação
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Foto: Labap/UEPB/Divulgação
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por Lucilene Meireles*

Um grande sítio arqueológico foi identificado pela equipe do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia (Labap), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), nesta quarta-feira (19), entre os municípios de Pilões e Pilõezinhos, no Brejo paraibano. Trata-se de um sítio de aldeamento, ou seja, onde os antigos indígenas viviam. Porém, ainda não há confirmação se foi habitado pela etnia tupi ou aratu. O sítio possui cerca de um hectare e só começa a ser explorado após autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Localizado na propriedade Alívio, que fica na zona rural, o sítio possui alguns traços que indicam a probabilidade de ter sido ocupado por uma dessas etnias, a exemplo de cerâmica. “Geralmente, identificamos através da análise de cerâmica. Como não temos portaria de autorização do Iphan Nacional para trabalhar no local, nada foi recolhido”, declarou o arqueólogo, paleontólogo e coordenador do Labap/UEPB, Juvandi de Souza, que vai solicitar ao órgão a permissão para atuar no sítio.

Conforme o pesquisador, o material está muito espalhado porque é uma área de roçado, por onde passam tratores que rasgam a terra e levam o material para longe. No entanto, nesse primeiro momento, foi possível observar bastante material arqueológico na superfície, tanto cerâmica, quanto materiais líticos, ou seja, feitos de pedras. Eram as ferramentas que os indígenas usavam no cotidiano

A descoberta ocorreu a partir de informações da população local. De acordo com Juvandi de Souza, vários outros sítios são conhecidos na região. Um deles, inclusive, foi escavado em 2009 e o material coletado está no recém-inaugurado Museu de Arqueologia de Pilões.

O Labap/UEPB deve se reunir com gestores para viabilizar ações no Brejo semelhantes às realizadas na região de Catolé do Rocha, no Sertão

“Existem muitos outros sítios na região do Brejo. Vamos prospectar. Estaremos em contato, nas próximas semanas, com gestores dos municípios da região para buscar apoio para um grande projeto semelhante ao que temos na região de Catolé do Rocha, para grandes pesquisas no Brejo”, afirmou.

O arqueólogo disse que, de fato, a Paraíba é um celeiro arqueológico e paleontológico, e a descoberta frequente de novos sítios no estado é uma prova disso. Só este ano, foi descoberta cerca de uma centena, e ele calculou que, apesar do grande número de locais já identificados, a quantidade que há para conhecer deve ser de cinco a 10 vezes maior espalhada por todas as regiões do estado.

Neste momento, o Labap/UEPB está buscando novos apoios junto às prefeituras do Brejo paraibano. “Se der certo, teremos muito trabalho. Sem apoio, nada poderemos fazer. Estamos correndo atrás”, ressaltou Juvandi de Souza. Enquanto isso, ele alertou a população para, ao encontrar um sítio arqueológico ou paleontológico, não retirar nada do local e entrar em contato com as instituições de ensino e pesquisa do estado. O telefone para acionar o Labap/UEPB é (83) 99983-8198.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 21 de julho de 2023.