Notícias

em juazeirinho

Universidade inaugura Observatório Astronômico e do Geoespaço da PB

publicado: 25/03/2025 12h10, última modificação: 25/03/2025 12h10
Observatório Astronômico - Frente.jpg

Obra teve investimento chinês de R$ 11,6 milhões | Foto: Divulgação/UEPB

O Observatório Astronômico e do Geoespaço da Paraíba será inaugurado amanhã, em solenidade que acontecerá a partir das 10h, no município de Juazeirinho. Fruto de uma parceria entre a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), o Observatório Astronômico de Xangai e a Academia Chinesa de Ciências (Shao/CAS, sigla em inglês para Shanghai Astronomical Observatory, Chinese Academy of Sciences), o equipamento está na localidade rural conhecida como Unha de Gato.

Vinculado ao Departamento de Física, do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da UEPB, o Observatório Astronômico e do Geoespaço da Paraíba funcionará como um centro de referência para a pesquisa, o desenvolvimento, o ensino e a extensão nas áreas de geociências, astronomia e ciências correlatas. A edificação foi construída em um terreno doado à UEPB pela Prefeitura Municipal de Juazeirinho, por meio da sua Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo.

A obra teve um investimento de R$ 11,6 milhões, com 100% dos recursos oriundos do Shao/CAS, parceria que teve início em 2018. Em 2022, foi iniciada a construção do edifício para abrigar o telescópio, que vai acompanhar os detritos espaciais, além de propiciar a observação de asteroides. Estudantes, professores e pesquisadores farão o monitoramento de fenômenos que podem ter impacto no meio ambiente terrestre e em sistemas de engenharia, visando possibilitar a realização de estudos na área de clima espacial, relações Sol-Terra, entre outros aspectos ambientais.

Pesquisa

O Grupo de Física da Atmosfera, do Departamento de Física da UEPB, foi criado em 2005. Desde então, realiza pesquisas que envolvem a dinâmica e a eletrodinâmica da porção mais alta da atmosfera terrestre, bem como o seu acoplamento com as demais regiões e com o geoespaço.

Com a incorporação dos equipamentos de sondagem da atmosfera e do telescópio FocusGEO, em Juazeirinho, o grupo estenderá as pesquisas sobre o acoplamento por meio da observação da ionosfera e dará os primeiros passos nos estudos sobre a identificação e a caracterização de detritos espaciais em órbita geossíncrona.

A órbita geossíncrona é estrategicamente ocupada por satélites de telecomunicações, meteorológicos e militares, devido à capacidade de fornecer uma “visão” constante de uma mesma região da Terra. Um caso especial é a órbita geoestacionária que abriga mais de 560 satélites ativos, os quais estão sob constante ameaça de colisão com detritos espaciais.

Essas colisões podem não apenas destruir satélites, causando prejuízos econômicos, mas também aumentar a quantidade de fragmentos em órbita, agravando os impactos ambientais associados aos detritos espaciais, como a emissão de gases poluentes, a liberação de resíduos sólidos e a contaminação ambiental por combustíveis tóxicos que pode poluir a atmosfera, o solo e a água, entre outros.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 25 de março de 2025.