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MP resgata 10 pessoas em Campina

publicado: 25/03/2025 12h12, última modificação: 25/03/2025 12h12
Segundo o órgão, os próprios acolhidos do local denunciaram abusos, como internações involuntárias e agressões
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Vistoria, realizada ontem, mobilizou promotores de Justiça e policiais civis e militares | Foto: Divulgação/MPPB

Um grupo de 10 pessoas foi resgatado de uma comunidade terapêutica localizada em Campina Grande, durante uma operação de inspeção promovida, ontem, pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB).

Segundo Adriana Amorim, promotora de Justiça de Campina Grande, os próprios acolhidos apontaram irregularidades cometidas no local, como internações involuntárias, proibição de saídas, agressões físicas e uso de contenção medicamentosa. “Os internos é que denunciaram as irregularidades, e os que desejaram sair puderam retornar para suas casas — grande parte deles é oriunda de outros municípios e, inclusive, de outros estados”, informou a representante do MPPB.

Adriana também explicou que, durante a operação, efetuada por meio do Grupo de Trabalho Interinstitucional de Fiscalização de Comunidades Terapêuticas do órgão, foram adotadas medidas para garantir que os acolhidos que necessitassem de cuidados médicos imediatos fossem encaminhados para os serviços de emergência psiquiátrica do município. “Os residentes em Campina  Grande foram orientados a procurar o Caps-AD [Centro de Atenção Psicossocial — Álcool e Drogas], que funciona como um serviço ambulatorial especializado, ou seja, oferece atendimento contínuo sem internação, com foco em acompanhamento clínico, terapias individuais e em grupo, apoio familiar e ações de reinserção social para pessoas com dependência de álcool e outras drogas”, acrescentou.

Durante a fiscalização de ontem, ainda foram constatadas irregularidades de ordem sanitária, como medicamentos vencidos e laudos médicos para internação em branco e assinados. A Promotoria de Campina Grande aguardará os relatórios dos órgãos fiscalizadores para tomar as demais providências em relação à comunidade e seus responsáveis.

Além da promotora Adriana Amorim, também participaram da operação a coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Saúde do MPPB, a promotora de Justiça Fabiana Lobo; e profissionais da coordenação de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB); dos conselhos regionais de Enfermagem, Psicologia, e Farmácia; das secretarias de Assistência Social e da Saúde de Campina Grande; e da Vigilância Sanitária municipal, além de policiais civis e militares.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 25 de março de 2025.