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Vândalos depredam patrimônio público de João Pessoa

publicado: 10/08/2017 18h34, última modificação: 11/08/2017 08h24
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Somente este ano, quase 80 papeleiras foram danificadas; em 2016, foram 123 - Foto: Ortilo Antônio

tags: vandalismo , papeleiras , joão pessoa , patrimônio público , destruição


José Alves

Vândalos danificam o patrimônio público na capital paraibana causando prejuízos aos cofres públicos. Em João Pessoa, existem atualmente 1.210 papeleiras, que são recipientes colocados em pontos estratégicos para as pessoas não jogarem o lixo nas ruas. Mas desse total, os vândalos já destruíram, de janeiro até essa quarta (9), 78 lixeiras. No ano passado, 123 papeleiras foram depredadas. O alvo dos vândalos não é apenas as lixeiras, mas eles também destroem estátuas de personalidades paraibanas, contentores e orelhões.

Segundo o monitor da equipe de papeleiras da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), Ranulfo Borba Gomes, o dano é frequente e ocorre em diversos equipamentos. "Muitos são arrancados, queimados e até explodidos. Furtos também ocorrem com frequência. Na tentativa de evitá-los, os agentes de limpeza, em algumas localidades, usam até correntes para fixar os equipamentos, mas mesmo assim eles são depredados. Os danos mais frequentes ocorrem nas tampas das papeleiras".

Ranulfo informou que as depredações acontecem mais no centro da cidade e na orla, principalmente nos períodos de alta estação e durante a realização de grandes eventos de rua, a exemplo de Carnaval. Algumas peças oferecem condições de serem restauradas, outras não têm a mínima condição de conserto, causando grandes prejuízos aos cofres públicos. Cada uma custa em torno de R$ 200.

Todo o material quebrado é levado para o depósito, que fica no centro de João Pessoa. O local geralmente está cheio de coletores de lixo que foram quebrados e não puderam ser consertados. Algumas papeleiras ainda podem ser recuperadas e reaproveitadas, mas muitas são totalmente destruídas. Também são registrados casos em que o material é roubado ou explodido. Uma alternativa que vem sendo adotada pela Emlur é a de transformar esses equipamentos em pás e papeleiras em tamanho reduzido.

Conscientização

A equipe de Educação Ambiental da Emlur realiza constantes ações com foco na conscientização da população no que diz respeito à importância da conservação, não somente com relação às papeleiras, como também aos demais mobiliários. Atualmente, a Emlur conta com mais de mil recipientes espalhados em toda a cidade, como papeleiras, cestos, lixeiras, contentores, caçambas e manilhas.

Contatos

O cidadão pode encaminhar a sua demanda ligando para o 0800 083 2425 ou 3214-7628, que são os números do Alô Limpinho. Por meio desse serviço, a população pode obter informações, emitir reclamações ou sugestões sobre demandas de limpeza pública. Informações também podem ser obtidas no site da Prefeitura Municipal de João Pessoa (/www.joaopessoa.pb.gov.br) ou nas redes sociais da Emlur.

Estátuas são depredadas

Diversas estátuas, a exemplo da do maior poeta paraibano, Augusto dos Anjos, e do também poeta popular Manoel José de Lima, mais conhecido como “Caixa D’água, o poeta da madrugada”, que ficam nas praças José Américo e Aristides Lobo, no Centro de João Pessoa, já foram alvo dos vândalos. As obras tiveram placas danificadas e em uma delas uma maleta foi roubada. As duas, assim como outros monumentos da Capital, deverão receber serviços de restauração.

A administradora Fabiana Lima acredita que os vândalos necessitam de mais consciência e educação

Segundo o coordenador do patrimônio Cultural de João Pessoa, Rui Leitão, está sendo desenvolvido um programa de conservação, limpeza, restauração e manutenção dos bustos, monumentos e placas existentes na cidade. “Trata-se de um inventário de todos os bens e obras culturais da cidade para verificar a situação física de cada uma e analisar quais serviços precisam ser realizados”, disse Leitão, complementando que a cidade tem mais de 50 estátuas.

Pessoenses opinam sobre a situação

Para a administradora Fabiana Lima, as pessoas que praticam o vandalismo contra o patrimônio público "são imbecis" por saberem "que o prejuízo vai ser pago do bolso deles mesmos". "O que falta é consciência e educação nessas pessoas, afinal eles sabem que estão quebrando um bem que amanhã eles mesmos vão querer utilizar", afirmou.

Na opinião do comerciário Edilson Moreira, os vândalos estão apenas desperdiçando tempo. "Acho que esses caras fazem isso como forma de protesto para chamar atenção dos governantes, mas os gestores públicos não estão nem aí pra quebradeira, porque vão comprar novas papeleiras com o dinheiro que é pago com os impostos de quem quebrou. Quem faz isso para protestar, deveria mudar a forma de fazer protesto", pontou.

Operador de máquinas Agnaldo Silva acredita que os vândalos deveriam ser punidos e presos, "porque são pessoas sem nenhuma educação" que envergonham a cidade.

Para a estudante Josimere Ramalho, a quebra de papeleiras representa "um crime contra a sociedade". "O país já está passando por um momento tão difícil, mas têm pessoas que gostam de apagar fogo com gasolina. O pior dos atos de vandalismo é que o imposto que poderia ser empregado em educação e saúde acaba sendo desviado para a compra de produtos danificados", lamentou.