A Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas (Empasa) das cidades de João Pessoa, Campina Grande e Patos aumentaram a comercialização de milho verde para o período junino. De acordo com o diretor executivo de abastecimento da entidade, José Tavares Sobrinho, esse crescimento ainda é pequeno, mas a expectativa é que, a partir do dia 20, ocorra um pico nas vendas, que se intensificam até 30 de junho, devido à maior quantidade de chuvas na Paraíba. A previsão é que a oferta do produto dobre em relação ao ano passado.
“Desde a semana passada, as vendas ocorrem em um volume pequeno, mas a previsão é que aumentem nas últimas semanas de junho, quando acontece o pico de comercialização, quando haverá uma maior oferta do produto”, informou.
Segundo o gestor, a pandemia da Covid-19 não influenciou tanto a produção e vendas nos anos anteriores, pois o agronegócio como um todo foi o que menos sofreu com o isolamento social, já que alimento é algo essencial para a população.
Além disso, as famílias ainda comemoraram as festas juninas em casa e, por isso, compravam milho verde. “Nós trabalhamos normalmente, nos dois primeiros anos da pandemia. Não teve nenhuma interrupção das atividades e a comercialização aconteceu como todos os anos”, acrescenta.
No entanto, ele destaca que o maior diferencial atualmente é a maior quantidade de chuvas, que promoveu o crescimento da produção. Assim, a expectativa é que o inverno de 2022 favoreça as vendas. “Considerando as chuvas desse ano, esperamos dobrar o volume de vendas. Se tem uma produção maior, naturalmente vai ter uma oferta maior do produto e mais milho verde vai ser comercializado nesse período”, afirmou.
A mão de milho com 52 espigas (com palha ou sem) está custando, em média, R$ 40. Porém, o diretor explica que, diante da maior oferta nos próximos dias, o preço caia para R$ 30. “O mesmo já aconteceu em anos anteriores: o preço começa um pouco mais alto e à medida que vai aumentando a oferta, vai acontecendo a queda do valor”, reforça.
José Tavares ressalta que, com o retorno de atividades festivas, como eventos nas ruas, uma maior quantidade de pessoas irá vender suas comidas feitas de milho. “O inverno será bom para a produção e esperamos que esse volume de comercialização seja duplicado, nesse ano. E os eventos irão ajudar nisso. Muitos estão com a vida normal e, por isso, esperamos que o movimento do comércio ocorra dentro da normalidade e ainda melhor”, avaliou.
Quem vende o produto tem isenção de taxas
O gestor destaca que a venda do milho verde acontece, normalmente, durante os 365 dias do ano, mas, neste mês de junho, as vendas são intensificadas. Por isso, entre os dias 1º e 30 de junho, a Empasa isenta os seus agricultores/vendedores de duas tarifas: tarifa de portaria e a de utilização do espaço, chamada de Termo de Permissão Remunerada de Uso (TPRU).
A isenção vale apenas para aqueles que vão comercializar milho verde no mês de junho e não inclui outros produtos. “Durante o ano, são aproximadamente seis agricultores e também varejistas. Nesse mês, mais de 60 produtores vêm fazer essa comercialização, aproveitando a isenção. Então, o produtor ou o comerciante que venha fazer o comércio de milho verde aqui terá isenção dessas tarifas”, destaca o diretor.
A Empasa recebe milho verde de todas as regiões paraibanas, além dos estados do Rio Grande do Norte, que separa uma grande quantidade de produção, e parte do Ceará, que leva milho para Patos e João Pessoa. As unidades de João Pessoa, Campina Grande e Patos terão a mesma isenção de taxas.
Conforme o diretor, a medida tem o objetivo de tornar o produto mais barato para o consumidor e vale apenas para os comerciantes dessa entidade. A isenção existe desde 2011 e é aplicada, todos os anos, durante todo o mês de junho.
Ele lembra que a Empasa ainda oferece ao agricultor um espaço exclusivo para a venda de milho verde. A intenção é não misturar com outros produtos, fazendo com que o consumidor vá apenas a um único local e não fique procurando o produto em outros boxes.
Para o vendedor, existe a facilidade de ter um local com tendas que serão facilmente encontradas pelos seus clientes. “É um espaço exclusivo e adequado para comercializar milho verde, pois alguns produtores vêm com esse produto, mas também com feijão, jerimum ou batata-doce que não são produtos isentos de taxa. Então, não serão vendidos nesse espaço. Normalmente, eles colocam tendas de 56 metros ou quatro por cinco metros, dependendo do tamanho do comerciante/produtor”, completa.
Vendas devem crescer
Geraldo Manuel tem um ponto comercial na Empasa e relata que as vendas de milho verde já estão acontecendo de forma satisfatória. Já no início de junho, ele começou a perceber uma maior procura. “As vendas de milho estão indo bem. Acredito que já houve um aumento de 50%. Ainda estamos na segunda semana de junho e já está bem. Daqui para frente, a expectativa é melhorar ainda mais”, comemora.
Ele conta que estava vendendo 100 mãos de milho, por semana e, nesse primeiro final de semana de junho, alcançou 200 mãos. “Espero que continue assim, porque todos os anos, quando chega o mês de junho, parece que as pessoas só querem comer milho e as vendas não param”, comenta. Para vender milho verde e outros produtos, na Empasa, os interessados devem fazer um cadastro por meio de um formulário para se habilitarem para a comercialização. Nesse documento, são incluídos os dados pessoais da pessoa física ou ou jurídica, além do local de origem do produto. “Precisamos do nome e origem do produto porque, no final, geramos um relatório sobre quanto entrou de milho produzido dentro e fora da Paraíba”, justificou José Tavares.
A regra vale para produtores, comerciantes ou agricultores que vendem a própria produção. No caso do milho verde, a isenção vale para os três tipos de trabalhadores. “O cadastro tem que ser feito, seja produtor ou comerciante de milho. E todas as vezes que ele entrar aqui com uma carga de milho, deve informar se está vindo de Mamanguape, Patos, Cajazeiras, Rio Grande do Norte, Pernambuco ou outro local”, finalizou o diretor executivo de abastecimentos.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 7 de junho de 2022