Notícias

Educação em luta

Adufpb adere à paralisação nacional

publicado: 10/09/2025 08h10, última modificação: 10/09/2025 08h10
Categoria promove dois dias de mobilização contra a reforma que ameaça estabilidade e progressão de carreira
WhatsApp-Image-2025-09-09-at-11.36.40-1024x576.jpeg

Em uma reunião, ontem pela manhã, o calendário de atividades foi construído com participação docente e discente | Foto: Divulgação/ADUFPB

por Carolina Oliveira*

Seguindo as ações de entidades sindicais de todo o país, após Assembleia Geral da Associação de Docentes da Universidade Federal da Paraíba (Adufpb), na última quinta-feira (4), a categoria aderiu à Paralisação Nacional contra a Reforma Administrativa marcada para hoje e a amanhã, nos quatro campi da universidade. De acordo com a Adufpb, o objetivo é “fortalecer e ampliar a resistência a mais uma medida que ataca os direitos do povo, promovida pelo Congresso Nacional”.

A Diretoria Executiva e o Conselho de Representantes da entidade participaram da assembleia. A paralisação é promovida por diversas entidades sindicais do serviço público, que também estarão mobilizadas em Brasília, para buscar interlocução com parlamentares e com representantes dos ministérios da Educação, da Gestão e da Inovação, com o objetivo de pressionar contra o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no 32/2020, conhecida como Reforma Administrativa.

Espaços de debates

Durante os dois dias de paralisação estão programadas atividades de mobilização e debate nos campi da UFPB, com foco nos impactos e consequências da proposta para o serviço público brasileiro.

Professor da instituição e presidente da Adufpb, Edson Franco de Moraes, destacou que a reforma atinge de forma negativa, os servidores públicos — federais, estaduais, e municipais — com medidas que ameaçam a estabilidade destes trabalhadores, dificultam e protelam a progressão de carreira, e permitem cortes salariais com base nos ajustes fiscais.

Edson Franco também aponta para o fato de que a alegação da necessidade de redução de custos do orçamento público, apresentada como argumento para aprovação da reforma, mostra -se contraditória. “Isso é visível diante das recentes decisões tomadas pelo Congresso, que aprovou o aumento de 503 deputados para 531, e fez com que dívidas públicas de estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais tenham prazo de pagamento estendido, além de redução de juros, via uso de recursos públicos”, ressaltou.

Ações e calendário

Uma reunião entre representantes da Adufpb, do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba (Sintesp) e Diretório Central dos Estudantes (DCE) definiu, no fim da manhã de ontem, uma pauta de eventos para os dias de paralização.

Na quarta-feira (10), às 9h30, uma mesa de discussão reunirá representantes da Adufpb, Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais  (Sintef) e Sintesp no pátio do IFPB, em João Pessoa. Na quinta-feira (11), uma tenda será montada na entrada principal do Campus I da UFPB, junto ao CCHLA. Às 10h, haverá uma roda de conversas no Centro de Vivência, em frente à sede da Adufpb.“Nestes dias, pedimos também aos professores que façam debates, participem das discussões contrárias a concretização desta Reforma Administrativa, para que possamos mostrar o quanto ela é danosa não só para os servidores, mas também para a sociedade”, propôs o presidente da entidade sindical.

A entidade também está engajada em uma agenda que inclui uma manifestação, hoje, contra a privatização da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), em apoio à universidade pública de Belo Horizonte.

De 22 a 26 de setembro devem ocorrer, novamente, mobilizações e ações dos sindicatos e centrais sindicais contra a Reforma Administrativa, em Brasília. “Somos contrários a esse projeto de reforma que está posto, e estes dias de paralisação são o começo da nossa luta. Não obstante, lá no horizonte, se continuar a insistência para que esta proposta seja apresentada, sim, a gente deve deflagrar uma greve”, conclui Edson.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 10 de setembro de 2025.