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Desde o início do ano, foram 6.773 casos prováveis de dengue e 4.464 de chikungunya

Aedes aegypti: PB tem 57 cidades em situação de risco

publicado: 03/05/2022 08h40, última modificação: 03/05/2022 08h40
Mosquito dengue Foto Pixabay.jpg

Foto: Pixabay

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou, ontem, o Boletim Epidemiológico (BE) das Arboviroses equivalente à Semana Epidemiológica 16, até 30 de abril. O relatório apresenta os dados da dengue, chikungunya e zika na Paraíba e traz o primeiro Levantamento do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) de 2022 no estado.

No primeiro LIRAa de 2022, dos 223 municípios, 57 (25,56%) apresentaram índices que demonstram situação de risco para ocorrência do surto, 133 (59,64%) encontram-se em situação de alerta e 33 (14,80%) estão em situação satisfatória. Nos locais inspecionados neste levantamento, os focos do mosquito foram encontrados nos domicílios, predominantemente nos reservatórios de água ao nível de solo para armazenamento doméstico, ou seja, 43% em depósitos do tipo A2 como tonéis, tambor e caixa d’água no solo.

Os demais foram: 20% do tipo B que são pequenos depósitos móveis como vasos e garrafas; 13% em caixas d’água elevadas; 11% em depósitos do tipo C como calhas e lajes; 7% em pneus; 6% do tipo D2 como lixo e materiais descartáveis; 1% do tipo E, como tronco de árvores, ocos de pedras, bromélias e outros naturais.

Até o momento, a Paraíba apresenta 6.773 casos prováveis de dengue, 4.464 chikungunya e 193 de zika. Totalizando as três arboviroses, o estado registra 11.430 casos prováveis no ano de 2022. Até a SE 16 de 2022, foram registrados nove óbitos suspeitos de arboviroses. Destes, cinco estão em investigação, distribuídos em quatro municípios: Patos (1), Mulungu (1), Jericó (2) e Serra Branca (1). Três óbitos foram descartados e um óbito foi confirmado por chikungunya no município de Queimadas.

O método

O LIRAa é um método de amostragem que tem como objetivo levantar os dados dos indicadores entomológicos (índice de infestação predial) com o intuito de fortalecer o combate vetorial. Com ele, é possível direcionar as ações de forma otimizada para as áreas identificadas de maior risco.

De acordo com o chefe do Núcleo de Fatores Biológicos e Entomologia da SES, Luiz Almeida, o LIRAa funciona como uma carta de navegação. “Sem essa informação atualizada, a efetividade das medidas de controle será prejudicada, pois haverá dificuldades em identificar as áreas com os maiores índices de infestação pelo Aedes aegypti”, explica.

Luiz Almeida pontua que a aplicação espacial de Ultra Baixo Volume acoplado a veículos (UBV) – carro fumacê – tem como função específica a eliminação das fêmeas de Aedes aegypti e deve ser utilizada somente para bloqueio de transmissão e controle de surtos ou epidemias. Essa ação integra o conjunto de atividades emergenciais e seu uso deve ser concomitante com todas as demais ações de controle, principalmente a diminuição de criadouros de mosquitos.

Ele adianta que é necessário avaliar as atividades de rotina para correção de falhas e priorizar as ações de controle focal. Até a próxima sexta-feira (6), estão previstos para receber a aplicação de UBV os seguintes municípios: Alhandra, Soledade, Cuité, Lucena, Mulungú, Patos, São Francisco, Aroeiras e Cachoeira dos Índios. Para as semanas seguintes do mês de maio estão previstos os municípios de Umbuzeiro, Santa Rita, Condado, riacho de Santo Antonio, Conde, Água Branca, Areia de Baraúnas, Curral de Cima, Cuitegí, São Sebastião de Lagoa de Roça e Baraúna. Para os meses seguintes será avaliado o cenário epidemiológico para a inclusão de novos municípios. 

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 3 de maio de 2022