A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou, ontem, as Notas Informativas de nº 15 e 16, que tratam sobre as avaliações parciais das campanhas de vacinação ainda vigentes contra sarampo e influenza, respectivamente. Ambas as ações foram iniciadas em 4 de abril. Contra sarampo, foram distribuídas 375.880 doses da vacina tríplice viral, que também imuniza contra caxumba e rubéola. Para proteger contra influenza, o estado entregou 683.060 doses. Os imunizantes contemplam todos os 223 municípios paraibanos.
As notas trazem dados desfavoráveis sobre o alcance das campanhas no estado. Informações da mobilização contra influenza alertam que dos 223 municípios, dois (Santa Helena e Tenório) não informaram dados no site; em 193 deles a Cobertura Vacinal (CV) não chegou a 50% e só 30 municípios apresentaram CV superior a 50%. Em relação à campanha de vacinação contra o sarampo, sete localidades não informaram nenhum dado no site da campanha, 17 municípios não informaram nenhuma dose no público de crianças e 19 municípios não registraram nenhuma dose no público de Trabalhadores da Saúde. Ainda sobre o sarampo, em 174 localidades a CV encontra-se abaixo de 50%, 43 municípios estão com CV entre 50% e 70% e apenas cinco municípios apresentaram cobertura superior a 80%.
Segundo a secretária de Saúde do estado, Renata Nóbrega, as avaliações são preocupantes. “Observando as coberturas vacinais por município, é possível encontrar uma cobertura débil dos grupos alvos. Não é possível especificar se isso é resultado da baixa adesão da população ou se há atraso no registro das doses. Nosso apelo é no sentido de pedir aos municípios que mantenham as doses aplicadas devidamente informadas no sistema e convocar a população para que ela compareça para a vacinação. Crianças de seis meses a menores de cinco anos devem receber ambas as vacinas; os demais grupos, como o dos idosos, gestantes, puérperas, profissionais de educação e forças de segurança, precisam ser vacinados com a dose contra influenza”.
A secretária lembra que o Brasil já teve a certificação de país livre do Sarampo, mas que esta foi perdida em 2019, após a confirmação de vários casos no país. “Recebemos essa certificação em 2016 e, em 2018, voltamos a apresentar casos da doença. Nesse período foi possível observar uma queda vertiginosa da cobertura vacinal em todo Brasil e isso certamente foi uma das causas do retorno da doença ao nosso país”, afirma.
De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), a meta de vacinação contra sarampo é de 95% das crianças de seis meses a menores de cinco anos. Na Paraíba, o município de Zabelê foi o único a atingir o objetivo. No que diz respeito à vacinação contra influenza, nenhum município paraibano atingiu a meta prevista de 90% dos grupos prioritários. As campanhas seguem vigentes até o dia 3 de junho.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 3 de maio de 2022