Notícias

Serão investidos R$ 300 milhões no Castro Pinto, na Grande João Pessoa, e no João Suassuna, em Campina Grande

Aeroportos de JP e CG terão capacidade dobrada

publicado: 15/03/2022 08h51, última modificação: 15/03/2022 08h51
aeroporto_internaciomal-castro_pinto-santa_rita-pb-f-mrusso (1).JPG

Foto: Marcos Russo

por Lucilene Meireles*

Os Aeroportos Castro Pinto, na Região Metropolitana de João Pessoa, e João Suassuna, em Campina Grande, vão passar por uma grande reforma estrutural, dobrando a capacidade atual. O anúncio foi feito ao trade turístico ontem, no auditório da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep), pela Aena Brasil, concessionária que administra os dois aeroportos. As obras foram iniciadas semana passada e o prazo para conclusão é junho de 2023. O investimento é superior a R$ 300 milhões.

“São movimentos de grande expansão nos aeroportos. Basicamente, vão poder suportar o dobro da capacidade que eles suportam hoje e já com previsão para outros incrementos para o futuro”, adiantou o diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil, Marcelo Bento.

Durante o encontro, foram detalhadas algumas mudanças pelas quais irão passar o Aeroporto Internacional Castro Pinto e o Aeroporto João Suassuna, e os representantes da Aena apresentaram o cronograma de obras e investimentos nos aeroportos.

“As intervenções vão tornar os aeroportos mais seguros, porque serão feitas várias intervenções, entre elas, na pista. Também se tornam mais sustentáveis, usando energia elétrica limpa, com tratamento de água e muito mais conforto para os passageiros”, afirmou Marcelo Bento.

A reunião contou com a participação do diretor de Operações, Infraestrutura e TIC, Raúl Moya, da Aena Brasil; Karla Ceravolo, diretora do Aeroporto Internacional de João Pessoa, e Luciano de Lima Rodrigues, diretor do Aeroporto de Campina Grande.

“É uma transformação que chamamos à nossa responsabilidade. Os aeroportos de João Pessoa e Campina Grande vão ter alterações nos acessos, check in, sala de embarque, estacionamento de aeronaves, pista de pouso e decolagem. Eu diria que vamos fazer uma reforma completa, trazendo mais segurança, qualidade e uma melhor oferta de serviços”, declarou Santiago Yus, diretor-presidente da Aena Brasil.

A obra vai gerar mais de 500 empregos diretos apenas nos dois aeroportos da Paraíba. No Nordeste, seis aeroportos receberão intervenções, totalizando um investimento de R$ 1,4 bilhões.

Trade comemora

O trade turístico recebeu a notícia da ampliação dos aeroportos com boas perspectivas, embora a guerra na Ucrânia preocupe em relação ao impacto que pode provocar no preço dos combustíveis e no valor das passagens aéreas. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis na Paraíba (ABIH-PB), Rodrigo Pinto, a reforma do aeroporto é importante garantindo a estrutura necessária para receber os voos. 

“Sem voos, não conseguimos dar condição para que os clientes cheguem à nossa cidade de uma forma mais competitiva, tenhamos preços mais competitivos diante dos nossos pares dos destinos vizinhos”, observou. Para ele, priorizar a estrutura fará com que João Pessoa e Campina Grande recebam o turista de uma forma mais confortável. Ele observou que plano da Aena não é só de reforma, mas também de ampliação.

O presidente do Convention Bureau João Pessoa, Marcus Abrantes, acredita que o investimento abre portas para mais voos. “Como Convention Bureau, para fecharmos os grandes congressos nacionais, a questão do aéreo é uma condição sine qua non para conseguirmos viabilizar grandes congressos para João Pessoa, inclusive os que estão represados pela pandemia”.

Abrantes espera que, com a nova infraestrutura, cresça o número de eventos, embora João Pessoa esteja muito bem de forma estratégica, a 120 quilômetros do Aeroporto dos Guararapes de Recife, a 180 do de Natal e a 120 de Campina Grande.

A presidente da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur), Ruth Avelino, ressaltou que a melhoria nos aeroportos impacta na atividade turística e beneficia também a população local que se locomove utiliza em viagens de lazer e de trabalho. “É muito positivo tanto o que vai acontecer nos aeroportos, ampliação, melhoria na infraestrutura, quanto a vinda de Marcelo Bento, que entende de aviação, de empresas aéreas, para ser o direto da Aena Brasil”, completou.

Aeroporto Castro Pinto

No Aeroporto Internacional de João Pessoa Presidente Castro Pinto, as novidades começam pela ampliação do terminal de passageiros, cuja área será aumentada em cerca de 40% – passando de 8,8 mil metros quadrados para 12,5 mil metros quadrados.

Com a expansão dos ambientes operacionais, os passageiros terão mais espaço nos locais de embarque e desembarque, que ficarão com o dobro do tamanho atual; haverá incremento no número de totens de autocheck-in e balcões de imigração; com destaque para o canal de inspeção de segurança.

Haverá o aumento do número de pontos de embarque, que vão de cinco para oito, sendo dois deles com pontes de contato móveis (fingers), que não existiam no terminal. O pátio de aeronaves será ampliado em mais de 11 mil metros quadrados, e as pistas de táxi e de pouso e decolagem terão melhoras.

Aeroporto João Suassuna

Com quase 2,7 mil metros quadrados, o aeroporto de Campina Grande, Presidente João Suassuna, terá 1,3 mil metros quadrados reformados, além da construção de mais 605 metros quadrados. Depois das obras, o terminal de passageiros ficará com uma área total de 3,3 mil metros quadrados. Essas mudanças vão permitir a ampliação dos ambientes operacionais.

Será construído um novo pátio de aeronaves. Desta forma, o Aeroporto de Campina Grande vai contar com dois pátios com praticamente as mesmas dimensões. Depois das obras estruturais, o espaço existente atualmente, com 11,2 mil metros quadrados, será utilizado para a aviação geral, a exemplo de jatinhos, aeronaves privadas, táxi aéreo. O novo pátio, com 11,1 mil metros quadrados, atenderá à aviação comercial, ou seja, voos regulares das companhias aéreas.

Impacto da guerra

Se por um lado a reforma e ampliação dos aeroportos traz grande expectativas para o movimento nos aeroportos, por outro, a guerra na Ucrânia preocupa pelo impacto que pode provocar no turismo e na hotelaria. O presidente da ABIH, Rodrigo Pinto, disse que a situação pode fazer com que aumente o valor dos impostos, prejudicando o turismo num curto prazo.

“É uma situação complicada porque o combustível é uma commodity internacional, acompanha a variação do dólar e hoje um barril de petróleo está custando 120 dólares quando, há poucos dias, o valor era de 70 dólares”, enfatizou. Para o presidente da ABIH, é uma variação incrível em pouco tempo e pode trazer prejuízos.

O presidente do Convention Bureau João Pessoa, Marcus Abrantes, também afirmou que, com a guerra na Ucrânia, o valor do diesel, petróleo, querosene vai subir de forma estratosférica, o que deve trazer um impacto nos preços do setor.

 *Matéria publicada originalmente na edição impressa de 15 de março de 2022