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alfabetização na PB

Alta foi a segunda maior do país

publicado: 20/05/2024 08h53, última modificação: 20/05/2024 08h53
Estado registrou aumento de 5,9 pontos percentuais, ficando atrás apenas de Alagoas, cujo crescimento foi de 6,6 p.p.
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Uma das ações estaduais que incentiva o aprendizado escolar desde a infância é o Pacto Alfabetiza Mais Paraíba | Foto: Carlos Rodrigo - Foto: Carlos Rodrigo

por João Pedro Ramalho*

A Paraíba registrou o segundo maior crescimento do Brasil na taxa de alfabetização, entre os anos de 2010 e 2022. O aumento foi de 5,9 pontos percentuais (p.p.), no intervalo de 12 anos, inferior apenas ao observado em Alagoas (6,6 p.p.). Assim, a porcentagem de paraibanos, com 15 anos de idade ou mais, que sabem ler e escrever um bilhete simples passou de 78,1%, em 2010, para 84%, há dois anos.

 Ao todo, esse índice corresponde a mais de 2,6 milhões de habitantes alfabetizados no estado. Os dados são do Censo Demográfico 2022, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, o aumento da taxa de alfabetização foi mais intenso nas Regiões Nordeste e Norte, apontando a diminuição das desigualdades regionais. Na Paraíba, por exemplo, houve uma redução gradual da diferença entre as taxas estadual e nacional. Em 1991, a distância entre os índices estadual e nacional era de 21,6 pontos percentuais (58,3% para a Paraíba e 79,9% para o Brasil). Em 2022, essa diferença caiu para 9 p.p. (84%, no estado e 93%, em âmbito nacional).

Perfil

Os dados do Censo Demográfico 2022 também demonstram que a alfabetização, na Paraíba, é maior entre as mulheres. Segundo a pesquisa, 86,4% das pessoas do sexo feminino são alfabetizadas no estado, enquanto, na população masculina, essa taxa é de 81,3%. No recorte etário, os índices são menores entre os idosos. Das pessoas com 60 anos ou mais, 59,5% sabem ler e escrever um bilhete simples; já entre os jovens de 15 a 19 anos, a taxa de alfabetização é de 97,4%.

Incentivo

Uma das ações do Governo do Estado que incentiva o aprendizado na infância, mostrando um norte a ser seguido pelos adolescentes, é o Pacto Alfabetiza Mais Paraíba. O foco do projeto é alfabetizar todas as crianças até os sete anos de idade. Na semana passada, o governador João Azevêdo reconheceu, por meio do Prêmio Escola Referência em Aprendizagem, as 100 instituições que tiveram maior êxito no Programa Estadual de Avaliação do Ensino Básico. A premiação, em dinheiro, foi no valor de R$ 80 mil.

Entre as premiadas, está a Escola Municipal Cônego Mathias Freire, localizada no bairro da Torre, em João Pessoa. A diretora administrativa da instituição, Luciane Madruga, destaca iniciativas que contribuíram para o sucesso na alfabetização das crianças até o 2º ano do Ensino Fundamental, como o projeto Educar pra Valer, desenvolvido na escola desde 2019, e o programa federal Tempo de Aprender. “Todos os dias, a criança tem que seguir uma rotina. Primeiro, ela é acolhida. Depois, vai fazer as atividades e leva uma parte para casa. Nisso, a gente vai discutindo o que foi feito e corrigindo essas atividades. Outra coisa que influenciou bastante foi a busca ativa diária. Os alunos que faltam muito, a gente manda buscar na casa”, relata Luciane.

Outra prática instituída na escola pessoense é o reforço individualizado, para que nenhum aluno fique para trás. “A gente faz uma avaliação constante dos estudantes. Por exemplo, quantos alunos estão lendo só sílabas ou as palavras inteiras? No outro mês, a gente vê o que aconteceu, por que esse aluno não avançou. E quando o aluno não está avançando, a gente pede para a psicóloga fazer uma avaliação e, às vezes, até no intervalo, a gente também dá reforço”, explica a diretora administrativa.

Localizada em Nova Floresta, município do Curimataú paraibano, a Escola Municipal Senador Rui Carneiro também foi destaque da premiação entregue pelo Governo do Estado. Segundo a diretora, Marivam dos Santos, o incentivo à leitura foi a chave para o avanço na alfabetização das crianças, com ações tanto em sala de aula como ao ar livre. Já a professora do 2º ano do Ensino Fundamental da escola, Joseane Cândido, esclarece como as estratégias de ensino colaboraram para a melhora na aprendizagem. “Eu gosto de trabalhar muito a parte metodológica com coisas do dia a dia. Eu trazia muita coisinha de casa, como materiais recicláveis, e a gente produzia junto. E na leitura, eu trazia as fichas de leitura, fazia a leitura em sala de aula e eles gostavam bastante”, conta.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 18 de maio de 2024.