Após as fortes chuvas do final de semana em Campina Grande, moradors que perderam móveis e utensílios domésticos devido ao alagamento em suas residências, interditraream uma rua da cidade.
As famílias colocaram objetos como colchões e outros itens danificados pela inundação na Avenida Deputado Eduardo Magalhães, onde passa o canal de Bodocongó, e atearam fogo, como forma de protesto pelos prejuízos. A ação também pedia a limpeza do canal, uma vez que o problema de alagamento é recorrente.
Previsão
Chance de chuva para hoje, na Rainha da Borborema, é de 58%, segundo previsão do Inmet
A rua ficou interditada por um período e uma viatura da Guarda Municipal de Campina foi até o local, mas a mobilização foi pacífica. A equipe da Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP) também foi acionada para organizar o fluxo de veículos.
Segundo moradores, sempre que chove forte na cidade, o canal transborda e a água invade as casas situadas no entorno do canal. Ontem as chuvas já tinham parado na Rainha da Borborema, mas as precipitações do domingo resultaram em quedas de árvore, semáforos sem funcionar e ruas alagadas.
Malvinas e Cruzeiro foram uns dos bairros mais atingidos
De acordo com o Sargento Régis Cavalcante, coordenador da Defesa Civil do município, os bairros mais afetados foram o Cruzeiro, o Jardim Paulistano e as Malvinas. “Um dos grandes problemas é o entupimento dos bueiros, o que impede a água de escoar. As pessoas jogam lixo e esse lixo entope os bueiros e aí quando chove alaga as ruas”, declarou o coordenador.
O sargento ainda afirma que as principais ocorrências foram alagamentos, paralisação dos semáforos de trânsito e, em algumas regiões, queda de árvores. “Durante a noite de domingo, a Defesa Civil, juntamente, com a Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma) e a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) já passaram nos bairros mais atingidos para prestar assistência, fazendo a desobstrução dos bueiros, a retirada das árvores caídas e a assistência social. Ninguém precisou ser desalojado da sua residência, mas algumas pessoas perderam bens como colchões, roupas, móveis. Então, a Semas apoiou nesse aspecto.”
No caso dos moradores que perderam itens pessoais ou tiveram a estrutura da sua residência comprometida por conta da chuva, a prefeitura, por meio da Secretaria de Assistência Social oferece o serviço de aluguel social para aqueles que desejam sair da área de alagamento. Segundo o Sargento Régis Cavalcante, uma equipe da Assistência Social esteve no local afetado para falar com os residentes. Quem não recebeu a visita da equipe e desejar se inscrever para obter o aluguel, pode ir à Prefeitura Municipal de Campina Grande e fazer a inscrição.
Além disso, em alguns bairros como o Centenário, foram registradas quedas e oscilações de energia elétrica por algumas horas.
Saiba Mais
Ontem o dia amanheceu ensolarado em Campina, mas a previsão feita pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostra que o período de chuvas está só começando na Rainha da Borborema, e que é preciso se preparar melhor para recebê-las. Para hoje, por exemplo, a chance chuva é de 58%. Ainda durante a manhã de ontem, os órgãos continuaram visitando as regiões afetadas para prestar auxílio aos moradores.
Edna Delmiro mora no bairro das Malvinas e é técnica em enfermagem. No momento do temporal, ela estava dando plantão e não pôde ir em casa para verificar os danos causados pela chuva. “Eu moro junto com a minha avó. Ela tem mais de 80 anos e ainda bem que estava viajando. Um vizinho conseguiu vir e levantar a geladeira e a televisão, mas de resto perdemos a cama, colchão, guarda-roupa. Tinha muito documento dentro do guarda-roupa que ainda temos que procurar”, desabafou Edna.
A técnica em enfermagem ainda comentou que esses alagamentos não são novidade em Campina. “Não é a primeira vez que acontece isso, já houve várias enchentes na nossa rua. A prefeitura veio aqui ano passado, fez a indenização aos moradores, muitas pessoas indenizadas foram realocadas para um condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida. E aí houve um tempo que a fiscalização tava sendo feita, mas como não fizeram mais, as pessoas voltaram a construir nessa área e aí traz prejuízo para rua inteira.” Edna e sua avó moram na Rua da Vitória, nas Malvinas, há mais de 30 anos.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 16 de março de 2024.