Quem precisa fazer o trajeto de balsa entre Cabedelo e Costinha, distrito do município de Lucena, conta agora com o horário de funcionamento estendido. Foram acrescidos os horários de 20h, saindo de Cabedelo; e 20h30, partindo de Costinha. As novas opções estarão disponíveis todos os dias, até o Carnaval 2025. A mudança é para melhor atender o aumento na demanda, que tende a crescer na alta temporada, além de compensar a ausência das viagens de lancha, que foram suspensas nesse trajeto devido à necessidade de manutenção no trapiche — construção que permite o acesso às embarcações.
As viagens de balsa custam entre R$ 2, que é o valor para passageiros, e R$ 89,80, no caso de carretas; e pode transportar também automóveis, motocicletas, bicicletas, carroças, quadriciclos e outros itens, cada um com valores específicos. Diariamente, cerca de 1.600 pessoas utilizam esse transporte, e no verão esse número deve aumentar, com o volume elevado de turistas na região. Segundo informações da empresa que opera os serviços, a Nordeste Navegações, e do Departamento de Estradas de Rodagem da Paraíba (DER-PB), outros horários também devem ser acrescidos em breve, com viagens de lancha partindo do mesmo local de onde sai a balsa, no início da manhã.
Obra
De acordo com o gerente executivo de Transportes do DER-PB, Fleming Cabral, o trapiche foi interditado em setembro, para a realização de uma manutenção programada e não houve incidentes anteriores nem riscos aos usuários do serviço. “Esses serviços que serão feitos no trapiche são de forma preventiva. Não houve nenhum risco de nenhum acidente. Trata-se de uma manutenção preventiva que já estava prevista. Para isso, houve a necessidade de interditar o acesso das pessoas, exatamente para evitar qualquer tipo de problema”, explicou, reforçando que a interdição aconteceu para que o equipamento não fosse usado com riscos aos usuários.
Serviço
Por causa das obras realizadas no trapiche, o transporte de lanchas, no local, foi suspenso temporariamente
Visitando o local de onde parte a balsa, a equipe do jornal A União ouviu alguns usuários desse transporte, que relataram que o movimento, com a proximidade do verão, vem aumentando. Quanto à manutenção do equipamento, algumas pessoas ouvidas, como a moradora de Lucena, Kisley de Lima Freire, demonstraram preocupação com o aumento da demanda. “Com o trapiche da lancha quebrado, dificultou mais a nossa locomoção, porque a balsa vai mais cheia e passa de hora em hora. Se consertassem o trapiche seria melhor para a gente”, afirmou.
Quanto a essa previsão de conclusão dos serviços de manutenção do trapiche, Fleming Cabral explica que não é possível ainda definir um prazo. “É uma manutenção com valor alto, porque são peças que ficam dentro do mar, colunas construídas dentro do mar, e isso demanda tempo”, explicou, ressaltando que não há prejuízos aos usuários, porque os horários estão sendo acrescidos na balsa. “Nós conseguimos acrescentar mais horários, para atender essa demanda”, destacou.
Outra moradora de Lucena, Marta Menezes Franco, relata também a preocupação com a manutenção da lancha, sobretudo nesse período em que, com a lancha sem funcionamento e o aumento do fluxo de turistas, mais pessoas viajam. “Muita gente vem em cima da balsa, e tem os carros também, não sei o peso se está dentro do limite”, afirmou.
Sobre isso, Fleming Cabral explica que os transportes são feitos em segurança, não excedendo o limite de peso. “A balsa pode levar, em cada viagem, mais de 300 pessoas, está levando 50, às vezes 100, 150. Então, a capacidade que está levando é metade do que ela pode transportar, não está havendo nenhum risco para o usuário”.
Fleming afirmou que os veículos transportados podem preencher a balsa completa, de forma segura, e que no caso de ônibus ou caminhões, é reduzida a quantidade de veículos menores, para compensar o peso. Ele ainda esclarece sobre a fiscalização: “Nas extremidades, a fiscalização é feita pelo DER-PB, e dentro do mar, na navegação, é feita pela Marinha, que é muito rígida com essas questões de segurança”, afirmou.
A usuária do transporte, Marta Menezes, também questiona a falta de banheiros na balsa. “Também acho muito errado numa balsa não ter um sanitário. Eu mesma já levei minha filha doente. Ela querendo fazer suas necessidades e não tinha como fazer na balsa. E antes tinha um banheiro, mas eles fecharam”, reclamou. Sobre esse assunto, Fleming diz que, devido ao mal uso e depredação do banheiro por parte dos usuários, houve o entendimento de fechar esse espaço, e investir no melhoramento dos banheiros nos locais de embarque. “Como a viagem é curta, então, acordamos por melhorar os banheiros nas extremidades, com rampas, com acessibilidade”, afirmou.
Saiba Mais
Os usuários que tiverem reclamações podem entrar em contato com a ouvidoria do DER-PB, por meio do site www.der.pb.gov.br. “Pode deixar lá a sugestão, reclamação, para a gente ter conhecimento e poder tomar as providências”, destacou Fleming.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 05 de dezembro de 2024.