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Berg Lima divide cela com preso no 5º Batalhão da PM, no Valentina

publicado: 07/07/2017 00h05, última modificação: 07/07/2017 08h20
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O prefeito afastado de Bayeux tem direito a uma hora de banho de sol e ocupa cela com cama individual, televisão e ventilador - Foto: Facebook/5º Batalhão de PM da PB

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Cardoso Filho

O prefeito afastado de Bayeux, Berg Lima, está preso no quartel do 5º Batalhão da Polícia Militar, no bairro do Valentina Figueiredo, em João Pessoa. Segundo o comandante da unidade militar, tenente coronel Arilson Valério, o prefeito de Bayeux está numa cela com outro preso de Justiça. Berg Lima foi preso em flagrante na quarta-feira (5) pelo crime de corrupção passiva.

O comandante Valério informou que na cela existe uma cama individual, uma televisão, um ventilador para cada preso, com direito a uma hora de banho de sol. “Devido à chuva, não houve o banho de sol”, esclareceu. Nessa quinta (6), segundo o tenente coronel, o prefeito Berg Lima acordou cedo, tomou café e manteve a rotina normal durante todo o dia. Ele disse também que no 5º BPM o tratamento aos presos é igualitário. “Não existe discriminação”, afirmou.

Inicialmente, Berg Lima foi levado do Fórum Criminal, após a audiência de custódia, para o Centro de Educação da Polícia Militar, em Mangabeira. No entanto, o coronel José Ronilson, comandante do CE alegou que o local não possui cela e, portanto, o preso não poderia ficar recolhido. A transferência do prefeito aconteceu imediatamente para o 5º Batalhão da PM.

Inquérito é instaurado

A Promotoria do Patrimônio Público de Bayeux instaurou nessa quinta (6) um inquérito civil público para apurar a conduta do prefeito afastado de Bayeux, Berg Lima, preso na quarta-feira (6), sob o aspecto da defesa do patrimônio público e probidade administrativa. Berg Lima foi preso em flagrante por suposta prática de extorsão, durante operação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, e da Polícia Civil, e afastado do cargo por decisão do Tribunal de Justiça.

De acordo com a promotora de Justiça Fabiana Lobo, embora o aspecto criminal do caso seja atribuição da Procuradoria-Geral de Justiça, o aspecto cível é de atribuição da Promotoria do Patrimônio. Ela vai solicitar ao Gaeco cópias da documentação que motivou a prisão do gestor.

O Tribunal de Justiça também decretou a prisão preventiva do prefeito. Segundo os autos, o prefeito exigiu e recebeu quantia da Empresa Sal & Pedra Restaurante Receptivo, através do proprietário da empresa, João Paulino de Assis. A quantia teria sido paga em três ocasiões distintas, nos meses de abril, junho e julho, nos valores de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 3,5 mil, respectivamente, totalizando R$ 11,5 mil, tendo o gestor recebido pessoalmente esses valores.

Ainda segundo a promotora, o inquérito civil poderá resultar em ação civil pública por improbidade administrativa contra o prefeito afastado. Segundo a Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992), o responsável pelo ato de improbidade pode ser condenado a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.