A quinta edição do Festival Brasil Cachaças, encerrada no último dia 25, em João Pessoa, registrou resultados expressivos e um crescimento significativo em relação aos números do ano passado. De acordo com seus organizadores, o evento recebeu, ao longo dos seus três dias de programação, mais de nove mil visitantes — um aumento de 40% no público total, na comparação com a edição de 2024 —, além de ter gerado mais de R$ 1 milhão em negócios diretos, com expectativa de mais R$ 800 mil em negociações futuras, possibilitadas pelo encontro.
Um dos destaques foi a Tanoaria Michelon, sediada no Ceará, que comercializou mais de R$ 200 mil durante o festival, além de firmar novas parcerias e contratos que devem se concretizar nos próximos meses.
A edição deste ano do Brasil Cachaças também foi marcada pelo crescimento no número de marcas participantes, reunindo 62 expositores, entre engenhos, alambiques, destilarias, tanoarias, garrafeiras e empresas de rótulos e embalagens, vindas de diversos estados do país.
Entre os principais lançamentos realizados na ocasião, a Cachaça Baraúna, fabricada no município paraibano de Alhandra, apresentou a Pura Baraúna, descrita como a única cachaça do mundo envelhecida em madeira de baraúna. A novidade chamou a atenção do público visitante e dos especialistas que passaram pelo Espaço Cultural José Lins do Rêgo, sede do festival.
Para a organização, o evento ajudou a consolidar o Brasil Cachaças como um dos principais encontros do país dedicados à tradicional bebida destilada. “Estamos muito felizes com a recepção do público e com os resultados extremamente positivos para os profissionais que fazem parte da cadeia produtiva da cachaça”, avaliou a organizadora Fernanda Melo. “O Brasil Cachaças consolida-se, de vez, no calendário dos grandes eventos anuais do país, e nossa expectativa é continuar crescendo a cada edição”, completou.
Mais uma vez, a iniciativa contou com o apoio e a parceria do Governo da Paraíba, do Sebrae-PB, do Sistema Faepa/Senar, do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, do Banco do Nordeste, da Prefeitura Municipal de João Pessoa, da Associação Nacional dos Produtores e Integrantes da Cadeia Produtiva e de Valor da Cachaça de Alambique (Anpaq) e do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac).
Ação social
Outro dado importante diz respeito à campanha beneficente atrelada à realização do evento, que concedeu ingressos sociais mediante a doação de alimentos: quase duas toneladas (1.918 kg) de produtos do gênero foram angariadas e destinadas a instituições sociais.
O festival também foi planejado para receber todos os públicos, contando com diferentes recursos de acessibilidade, como rampas para entrada, estacionamento prioritário e bilheteria exclusiva, visando proporcionar conforto, respeito e igualdade de acesso aos visitantes.
Além do engajamento social, o Brasil Cachaças reforçou seu compromisso com a sustentabilidade e o meio ambiente: segundo seus organizadores, foi garantida a destinação ambientalmente adequada de 685,2 kg de vidro, 384 kg de plástico, 143 kg de papel e 163 kg de metal, com o intuito de contribuir para a logística reversa dos resíduos gerados durante o encontro e o reaproveitamento desses materiais.
Queijeiros
Dentro da programação do festival, o público presente no Espaço Cultural pôde prestigiar, ainda, o 2º Salão do Queijo, evento simultâneo que reuniu produtores de 35 municípios paraibanos e apresentou quase 350 produtos artesanais.
Promovido pelo Instituto Social Salão do Queijo (Isaque), o encontro teve como objetivo estimular o turismo gastronômico, valorizar os produtores regionais e debater políticas públicas e legislações voltadas à cadeia do queijo artesanal, fomentando a integração entre fabricantes, instituições e consumidores.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 4 de novembro de 2025.