O trânsito faz parte do dia a dia de todos os moradores de um centro urbano — e, quanto maior o lugar, mais movimentado é o fluxo por suas ruas e avenidas. Em Campina Grande, não poderia ser diferente. Seja como condutor de um veículo, seja como pedestre, todos participam ativamente dessa circulação diária. Um dado curioso, em relação à Rainha da Borborema, é o perfil dos seus condutores: imprudentes. Essa é a conclusão da Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP), ao analisar as infrações cometidas pelos campinenses. Entre todas, o excesso de velocidade é a principal.
Segundo Daniel Araújo, coordenador de Trânsito da STTP, a conduta é considerada grave pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), quando o excesso é de 20% a 50%, e gravíssima, quando ultrapassa os 50%. “Tanto nos corredores como nos cruzamentos, o excesso de velocidade é o maior índice observado pelos nossos agentes e equipamentos eletrônicos. Isso é muito perigoso, pois, quanto maior a velocidade, maior o número de acidentados, num possível sinistro, e maior a gravidade dos ferimentos, podendo levar a óbito”, enfatizou.
Em segundo lugar, ainda de acordo com Daniel, vem o estacionamento irregular, ou seja, em locais com placas proibitivas ou nas vagas de acesso a cadeirantes e idosos. Logo em seguida, estão: avançar com o sinal vermelho, deixar de usar o cinto de segurança e não portar capacete, no caso dos motociclistas. “Todas essas infrações são de alto risco. Não só ameaçam a segurança da pessoa que as comete, mas também dos pedestres e de outros condutores. Ou seja, todas as principais infrações que observamos no trânsito de Campina são consideradas graves ou gravíssimas. São condutas que fazem com que as pessoas fiquem à mercê da sorte”, alertou o coordenador.
O órgão também consegue precisar as avenidas em que, diariamente, são registrados sinistros no trânsito. As quatro principais são: avenidas Floriano Peixoto, Elpídio de Almeida, Assis Chateubriand e Almirante Barroso.
Consciência
Para mudar esse cenário, a STTP tem estimualado os condutores a praticarem o que eles denominam de autorresponsabilidade. “Temos que provocar essa consciência. Não adianta os órgãos de trânsito investirem em infraestrutura de sinalização e em fiscalização eletrônica se o motorista e o pedestre também não fizerem a sua parte. Um cidadão não pode sair com o seu carro até uma padaria, por exemplo, e não colocar o cinto apenas porque é um local próximo. Ele precisa ter essa autorresponsabilidade”, ressaltou.
Esse apelo à conscientização tem sido promovido por meio de campanhas educativas — voltadas, principalmente, para o público infantojuvenil — como o Maio Amarelo e como as Olímpiadas do Trânsito, realizadas durante o mês de setembro, nas escolas municipais de Campina Grande. Além disso, a STTP dialoga internamente, em busca de soluções que partam de parcerias com outros setores da esfera pública, ao realizar, semanalmente, reuniões do Núcleo de Estudos de Acidentes de Trânsito (Neat), para avaliar os principais sinistros ocorridos na cidade e para determinar como eles podem ser evitados. O encontro reúne os agentes da STTP, profissionais do Samu, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil e Militar, do Instituto de Medicina Legal e do Hospital de Emergência e Trauma.
Por fim, a superintendência também oferece cursos educativos para os motoristas. “Temos cursos de instrução com agentes de trânsito, voltados especificamente para pilotos de moto, para que possamos levar para eles os detalhes das normas de trânsito, mas também incutir a consciência de como se comportar para garantir a sua própria segurança e a dos demais”, finalizou.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 26 de julho de 2024.