A Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap) abriu seleção para a conquista da casa própria, em Campina Grande. Os futuros moradores vão ocupar 368 unidades habitacionais, distribuídas em dois residenciais que estão em fase de construção, nos bairros do Cruzeiro e do Serrotão. Serão quase 400 famílias paraibanas realizando o sonho de sair do aluguel.
A Cehap é responsável pela promoção de políticas públicas estaduais de moradia. Nos últimos seis anos, já foram entregues mais de cinco mil unidades habitacionais em toda a Paraíba, totalizando um investimento de quase R$ 426 milhões. No momento, há 2.389 moradias em construção que, em breve, serão sorteadas entre outras famílias paraibanas.
No início de julho, foram entregues, em João Pessoa, 320 unidades habitacionais nos Residenciais Bela II e Vila Jardim Residence Club II, localizados nos bairros de Mangabeira e Gramame, respectivamente. Também neste ano, em janeiro, moradores de Patos inscritos na Cehap receberam os residenciais São Judas Tadeu 1 e 2, empreendimentos que beneficiaram mais de 800 famílias. Nas cidades de Capim e Jacaraú, por sua vez, foram construídas 28 e 42 casas, respectivamente — obras realizadas em parceria com o Programa Parceiros da Habitação.
Vale ressaltar que grande parte dos empreendimentos da Cehap são dotados de estrutura completa para os moradores, com áreas de lazer, espaços de convivência, rede de abastecimento de água e esgoto, rede elétrica, drenagem pluvial e pavimentação. “Nosso primeiro objetivo é tornar o sonho da casa própria acessível para pessoas de menor renda. Em segundo lugar, ao fazer as parcerias com as construtoras, é disponibilizar construções melhores. Assim, todos os condomínios terão energia solar, o que já se torna uma economia direta para o bolso do futuro morador. Além disso, entregamos uma moradia digna, então os conjuntos são espaços completos”, ressalta Emília Correia, presidente da companhia.
A ideia, segundo ela, é tornar a Cehap uma referência no mercado imobiliário. “Podemos ser um exemplo para as construtoras. Se uma habitação popular tem energia solar, o consumidor padrão também vai buscar o mesmo, nos imóveis que porventura adquirir”, explicou.
Em Campina Grande
A participação no sorteio para os dois residenciais de Campina Grande é exclusiva para as famílias inscritas na Faixa 2 do programa, ou seja, pessoas com renda familiar entre R$ 1.412 e R$ 3 mil. De acordo com Emília Correia, a seleção para esse público é inédita, em Campina Grande. “Ter uma renda mais alta não significa dizer que a pessoa terá o suficiente para dar entrada num imóvel. Então, o Governo do Estado arca com essa entrada, que chega até a R$ 23 mil. Somando esse valor com o subsídio federal, o morador pagará uma prestação de R$ 400, no máximo. Ou seja, um valor mais baixo do que um aluguel, muitas vezes”, detalhou. O subsídio federal — o programa Minha Casa Minha Vida — pode arcar com até R$ 55 mil dos custos necessários para a aquisição do imóvel.
Para concorrer a uma das unidades disponíveis, é preciso ter cadastro na Cehap ou realizá-la no site www.cehap.pb.gov.br, clicando na aba “Inscrições” e selecionando a opção “Faixa 2”. Além disso, é preciso escolher o empreendimento que deseja disputar. Por lei, o processo completo, desde as inscrições até a entrega do imóvel, pode levar até dois anos. Porém, a expectativa é que, em 18 meses, as habitações estejam sendo entregues às famílias selecionadas.
Estrutura completa
Luciene Queiroz morou a vida inteira de aluguel, em Campina Grande. Quando perguntada em que bairro morava, antes de receber sua casa própria, por meio da Cehap, ela afirma: “Não teve um bairro em que eu não morei”.
"O governo estadual arca com a entrada, que chega até a R$ 23 mil. Somando-se ao subsídio federal, a prestação fica R$ 400, no máximo"
- Emília Correia
Atualmente, ela vive em sua residência, no Conjunto Ronaldo Cunha Lima, no bairro Três Irmãs, juntamente com um dos seus três filhos, o marido, um neto e a sua mãe, já idosa. “O processo todo, do sorteio até a entrega da casa, demorou alguns anos, mas valeu a pena. Não penso em me mudar daqui nunca, é um bairro muito tranquilo, com estrutura completa para se viver”, diz.
Além das casas, o conjunto foi entregue com toda a pavimentação das ruas, iluminação e pontos de ônibus. Com o passar do tempo e a chegada dos moradores selecionados pela companhia, o local foi atendendo às próprias necessidades.
Andando pelas ruas do complexo residencial, é possível encontrar salões de beleza, mercadinhos, farmácias e açougues. Luciene, inclusive, vende salgados e bolos, para complementar a renda da família. “Meu trabalho, mesmo, é como dona de casa, mas também faço algumas comidas, para vender e tirar um extra”, conta a moradora.
Muitas pessoas ainda estão chegando ao Conjunto Ronaldo Cunha Lima. No ano passado, a Cehap entregou mais 66 escrituras para outras unidades disponíveis na região. Outros 94 beneficiários deram entrada na documentação, para envio e registro em cartório.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 24 de julho de 2024.