O estoque de leite do Banco de Leite Humano Dra. Zilda Arns (BLHDZA), vinculado à Prefeitura de João Pessoa, enfrenta situação crítica neste mês. De acordo com a coordenadora da instituição, Malu Tavares, o banco precisa enviar quantias de leite prescritas a cada três horas, todos os dias, sendo que dispõe, no momento, de menos de 30 litros para alimentar bebês internados.
“Devido às férias e ao período de São João, muitas de nossas doadoras acabaram viajando e deixando de doar. Fora isso, a demanda da maternidade está altíssima; muitos bebês prematuros necessitam do leite materno que vem do banco”, explica Malu.
Segundo a coordenadora, campanhas de doação de leite, além de iniciativas de promoção do aleitamento materno, são realizadas constantemente pela instituição. “Entendemos que a amamentação é um processo único na vida das mamães e dos bebês e, por isso, deve ser estimulada”, pontua. O próximo mês, inclusive, será marcado pela campanha do Agosto Dourado, que acontece anualmente, simbolizando a luta pelo incentivo à amamentação.
Enquanto isso, o Banco de Leite Humano Anita Cabral (BLHAC), ligado ao Governo da Paraíba, mantém, atualmente, um estoque de 130 litros. Conforme Thaíse Ribeiro, coordenadora da instituição, esse total não está baixo, mas, considerando as flutuações no estoque, é necessário que esteja armazenado, pelo menos, o equivalente à média de distribuição mensal do local, que fica em torno de 450 litros. Assim, assegura-se a oferta do leite, caso ocorram imprevistos com a demanda.
Ainda de acordo com Thaíse, na Paraíba, as doações de leite humano alimentam mais de oito mil crianças por ano, e 95% dos recém-nascidos prematuros e de baixo peso, internados nas maternidades, têm acesso ao alimento por meio dos bancos. “É necessário ter leite humano suficiente para todas as crianças desse perfil, pois se garante a nutrição adequada, durante o tempo de internação dos bebês em leitos de neonatologia”, reforça.
Rede paraibana
O BLHDZA e o BLHAC compõem a rede paraibana de bancos de leite humano, que conta com outras instituições e postos de coleta distribuídos pelo estado. “Essa rede é importante, para podermos atender o máximo de mulheres possível e, assim, ofertarmos um serviço efetivo para a população que depende dos bancos de leite e postos de coleta”, destaca Malu Tavares.
Apesar de funcionarem na Maternidade Cândida Vargas, os atendimentos do BLHDZA são voltados para toda a comunidade local; assim, mães que não estejam internadas na maternidade também são contempladas. “Caso a mãe tenha dificuldade de amamentação ou apresente algum outro problema relacionado a esse processo, ela pode procurar nossa unidade para avaliação e prosseguimento para mitigar ou extinguir o problema reclamado”, salienta a coordenadora do BLHDZA.
Doadoras devem realizar cadastro e exames
Boa saúde e excesso de leite materno são os requisitos necessários para que uma mulher se torne doadora do alimento. Para prosseguir com a coleta junto ao Banco de Leite Humano Dra. Zilda Arns, é preciso entrar em contato com a instituição, por meio do telefone (83) 99647-7511, e preencher um cadastro. Além disso, também é necessário enviar resultados de exames de HIV, VDRL (sífilis) e Hepatites B e C, feitos em até 90 dias. “Caso a pretendente não os tenha atualizado, nós dispomos de uma equipe assistencial, que pode ir à casa dela, ou ela pode se dirigir à nossa unidade, na Avenida Coremas, 869”, pontua Malu Tavares.
Conforme a coordenadora, o pote da coleta de leite é deixado na residência da doadora, que pode realizar a ordenha manualmente, seguindo instruções enviadas pela instituição. “Salientamos que dispomos de um serviço de rota, que passa diariamente nas casas de diversas doadoras de João Pessoa e da Região Metropolitana”, frisa.
A doação para o Banco de Leite Humano Anita Cabral segue os mesmos critérios. “A mulher entra em contato com o banco de leite, pelo WhatsApp (83) 99103-0059 ou pelo Instagram @bancodeleite.anitacabral, e o banco passa todas as informações necessárias para a mãe, quanto a coleta e conservação do leite ordenhado em casa”, afirma Thaíse.
São feitos, ainda, um cadastro com os dados clínicos da doadora e uma solicitação de exames laboratoriais e parecer médico, para autorização da doação. O serviço de rota domiciliar também é ofertado.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 24 de julho de 2024.