As chuvas que caíram durante o dia de ontem em João Pessoa resultaram em uma média de 45,36 mm (da madrugada da quarta para a manhã de ontem), deixando transtornos pela cidade como ruas alagadas, queda de árvore e colisões de veículos. Como a previsão é de mais precipitações para hoje, as equipes da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec-JP) estão em alerta para qualquer incidente ou chamamento da população.
Até a manhã de hoje, a previsão do Inmet é de que a capital registre chuvas entre 30 a 60 mm por hora, podendo chegar a 50 a 100 mm no dia, com ventos intensos, variando de 30 a 60 km/h. Existe risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas. O aviso meteorológico é valido até as 10h de hoje.
Transtornos
Entre os transtornos ocorridos ontem por conta da chuva destacam-se ruas alagadas em vários pontos da cidade. Foi o caso da avenida Sanhauá, no Centro da capital. Com a baixa visibilidade e pista molhada, ocorreram alguns acidentes no trânsito. Um foi registrado na BR-230, gerando um grande engarrafamento na capital. Outro envolveu vários veículos (engarrafamento) no km 84 da BR-101, em Bayeux.
O tempo nesses próximos dias deverá ficar instável, com possibilidade de ocorrência de chuvas isoladas, com precipitações mais fortes no Litoral, Sertão e Alto Sertão
Marle Bandeira
Próximo ao Hospital Universitário Lauro Wanderley (HU), uma árvore de grande porte caiu, impossibilitando o tráfego por algumas horas na Rua Tabelião Estanislau Eloy. Apesar disso, não houveram registros de ocorrências mais graves.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de João Pessoa, Kelson Chaves, diante da previsão de permanência das chuvas para os próximos dias, o órgão permanece de plantão fazendo o monitoramento e acompanhando de perto na tentativa de se antecipar aos fatos, caso seja necessário. Ele faz ainda um apelo para que as pessoas não joguem sacolas de lixo no chão, que coloquem em cestos suspensos ou, caso não possua o equipamento, que prefira levar os detritos quando o carro do lixo estiver próximo de passar em sua rua.
“Faço uma ressalva com relação ao lançamento de resíduos sólidos, especialmente, acondicionados em sacolas plásticas, porque isso tem sido um grande vilão dos alagamentos aqui em João Pessoa. Invariavelmente esse material vai para bueiro, para calha, para galeria e obstrui. E havendo a obstrução dessa rede de coleta pluvial, invariavelmente vai acontecer o alagamento. Estive pessoalmente, hoje pela manhã, na Rua do Meio, no bairro São José, e constatei que o alagamento que houve lá foi em função da existência de muitas sacolas plásticas na rua, nas calçadas, que com a chegada das chuvas foram levadas para a galeria”.
Em relação à prevenção de queda de árvores, Kelson informou que recebe um indicativo, vindo, principalmente, da população de que a árvore pode estar oferecendo risco. A Defesa Civil faz a vistoria e demanda para dois órgãos especificamente, a Secretaria do Meio Ambiente (Semam) e a Secretaria de Desenvolvimento e Controle Urbano (Sedurb) que verificam qual o próximo passo. “Recebemos a notificação, ela vem de pessoas comuns que observam ou nos trazem a situação, a gente vistoria e analisa, sempre respaldando o risco que o elemento arbóreo, possa oferecer, mas nós não fazemos a intervenção, porque a intervenção cabe aos órgãos de fato ligados ao meio ambiente”.
Sertão e Cariri terão índices mais significativos a partir de hoje
Após um dia de chuvas intensas em João Pessoa, a previsão é que a partir de hoje ainda exista a possibilidade de chuvas, porém elas deverão acontecer de forma mais isoladas, com índices mais significativos na região do Sertão, Alto Sertão e Cariri. Nas demais regiões poderão ocorrer chuvas a qualquer hora.
As informações são da meteorologista da Agência Executiva de Gestão da Águas do Estado da Paraíba (Aesa), Marle Bandeira.
“Em resumo, o tempo nesses próximos dias deverá ficar instável com possibilidade de ocorrência de chuvas isoladas, com as chuvas mais significativas, principalmente na faixa litorânea e no Alto Sertão e Sertão da Paraíba”, destaca a meteorologista.
- Uma árvore caiu próximo ao Hospital Universitário - Foto: Edson Matos
De acordo com ela, as precipitações de ontem já eram esperadas, visto que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) havia emitido um alerta laranja com possibilidade de ventos fortes e risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas. “Com relação a essas chuvas nessa faixa litorânea, sim, pode ocorrer alguns eventos, porque dependendo da nuvem que se formar, ela vem acompanhada de raios e trovões”.
Marle explica que o tempo chuvoso, considerado normal para o perído, foi associado à configuração dos ventos em altos níveis e médios atmosféricos que faz com que exista a formação de nuvens mais significativas, que tem bastante umidade vinda do oceano e trazem as chuvas. Por conta disso, elas são bem mais significativas e vêm acompanhadas dos raios e trovões.
“Para as regiões do Alto Sertão, Sertão, Cariri e Curimataú essas chuvas fazem parte do período mais chuvoso, que é de fevereiro a maio. Já para essa o Agreste, Brejo e Litoral, é uma chuva que a gente chama de pré-estação chuvosa, porque o período mais chuvoso para essas outras regiões é de abril a julho”.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 16 de fevereiro de 2024.