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Cidade sofre com falta de coletores

publicado: 09/05/2023 09h28, última modificação: 09/05/2023 09h28
População reclama da dificuldade em encontrar equipamentos para o lixo, em especial, na região central da capital
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Adriana Carmo aponta que coletores não são suficientes e atesta que jogou lixo em caixa - Foto: Roberto Guedes
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Diante da dificuldade em encontrar equipamentos destinados a resíduos, pedestres e comerciantes improvisam com caixas e tambores para receber o lixo que, às vezes, é jogado no chão - Foto: Roberto Guedes
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por Juliana Cavalcanti*

A quantidade de lixo nas ruas da cidade de João Pessoa e a insuficiência de coletores de lixo e papeleiras preocupa comerciantes e moradores, especialmente, em áreas comerciais como o Centro da Capital. Os transtornos possíveis dessa situação são a própria poluição, além de riscos de entupimento de bueiros, galerias e, como consequência, os alagamentos a qualquer chuva que caia na cidade. Em toda a cidade existem apenas mil equipamentos de descartes de resíduos, segundo dados da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana.

A situação piora mensalmente devido aos atos de vandalismo com uma média mensal de 15 papeleiras depredadas e o furto de outras nove. A cada 30 dias, 20 desses coletores passam por manutenções ou substituições.

No Centro de João Pessoa, já é uma situação corriqueira de as pessoas andarem por muito tempo com lixo nas mãos até encontrar uma lixeira que, geralmente, não foi instalada pela Prefeitura de João Pessoa, mas foi improvisada por comerciantes da região.

Esse é o caso da trabalhadora autônoma Adriana Carmo, que afirma que os coletores devem ser instalados em quantidade suficiente para que todos os cidadãos encontrem os equipamentos com facilidade ao transitar pelas ruas. “Hoje, eu já passei pela rua da Arquidiocese, passei no Shopping Tambiá, desci a Santo Elias e só no final desta rua que encontrei um local para colocar um panfleto no lixo e não era um coletor da prefeitura, mas uma caixa de papelão que os comerciantes deixaram. Isso está muito errado e quem não tem educação, acaba jogando no chão mesmo”, comentou.

Adriana Martins trabalha há 29 anos no Centro da Capital e hoje é vendedora na Avenida Duque de Caxias. Ela conta que os agentes da Emlur passam todos os dias para fazer a retirada do lixo das ruas, especialmente no turno da manhã. Porém, afirma que sente falta dos coletores de lixo nas ruas, principalmente nas áreas comerciais e lamenta as depredações que acontecem nestes equipamentos.

“Faz um tempo que não temos coletores pelo Centro. Perto de onde eu trabalho, por exemplo, tinha mais de um desses lixeiros, mas além de destruírem, já houve roubo e muitos sentem falta. Enquanto isso, o lixo aumenta na rua e muitos reclamam que andam desde o início da Duque de Caxias, passa pela Praça Rio Branco e vai até o final da rua e não encontra um único coletor”, afirma.

Para Adriana, a falta dos coletores e papeleiras junto a pouca consciência ambiental da população, tornam o problema ainda mais difícil, pois é comum perceber pessoas comendo nas barracas instaldas nas ruas e jogando os resíduos no chão. “Muitos após comer, jogam o lixo no chão mesmo com um lixeiro perto, porque não tem consciência. Vários comerciantes também não têm o compromisso de colocar o seu lixeiro para fazerem a sua parte. Eu e poucos vendedores de rua colocamos, mas esse comportamento não é seguido por todos”, lamentou.

Já a comerciante Andrea dos Santos destaca que a Praça Barão de Rio Branco é um dos locais do Centro onde o lixo se acumula mais, principalmente às segundas-feiras, já que nos sábados acontecem os shows do Sabadinho Bom. Mesmo assim, acredita que se tivessem coletores instalados, a quantidade espalhada poderia ser menor.

“Tem muito lixo na praça. É muita coisa na frente das lojas. A gente sente falta de um local adequado que é o coletor de lixo mesmo. Hoje, as lojas fazem a sua limpeza, não tem um coletor e deixam tudo no canto da calçada, nos cantinhos da rua, nos cantinhos das árvores, que são formas de poluição também”, opinou.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 9 de maio de 2023.