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Da Penha a Tambaú: fiéis prestigiam barqueata de São Pedro

publicado: 30/06/2022 08h50, última modificação: 30/06/2022 08h50
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Foto: Marcos Russo

A barqueata em homenagem ao dia de São Pedro aconteceu ontem, em João Pessoa. A imagem do Santo saiu da Vila dos Pescadores da Penha às 14h30, e cruzou o mar de barco até a Praia de Tambaú, onde chegou às 16h. De lá, a figura do discípulo de Jesus foi acompanhada em procissão, até a Paróquia de São Pedro Pescador, em Manaíra.

Em Tambaú, sob a garoa, os devotos aguardavam a chegada do apóstolo. O grupo de cristãos católicos, em sua maioria pescadores e familiares, receberam a imagem com uma palmas e música instrumental, tocada pela Polícia Militar.

Maria Augusta da Silva Borba, 56, participa da festa desde menina. “Sou filha de pescador e sempre, desde pequenininha, venho acompanhando a procissão de São Pedro. Era uma festa que estava desaparecendo, mas nós, pescadores e filhos de pescadores, resolvemos resgatar.” Esse ano, Maria resolveu ajudar uma amiga devota: Otacilia Duarte de Araújo, 81 , que todos os anos condecora São Pedro com flores.

“Já faz uns 70 anos que eu enfeito São Pedro”, Otacilia conta. Ela, que ajuda na organização do Santo desde criança, se devotou a ele quando pediu pela cura de uma doença. “Tive uma hemorragia interna, adoeci muito e perdi a fala. Prometi em pensamento que, se São Pedro fizesse com que eu me levantasse da cama do hospital, eu ia enfeitar ele até Jesus me chamar. Me sinto muito feliz quando estou fazendo algo por ele. Quando chega o dia dele, fico empolgada.”

João Rodrigues, 72, também resolveu se dedicar ao Santo após uma enfermidade. João foi para a procissão com um amigo, Manuel Amâncio da Silva, 71. “Vim porque sou pescador”, fala Manuel, “e peço muito a São Pedro.”

O que todos os presentes tinham em comum era a alegria de homenagear o apóstolo. Esposa de pescador, Maria de Lurdes Cruz Andrade, 74, leva a família inteira para comemorar o Dia de São Pedro.

São Pedro é tido como o fundador e primeiro Papa da Igreja Cristã em Roma. Padroeiro das viúvas e dos pescadores, o Santo é lembrado como aquele que recebeu as chaves do Reino dos Céus e, ao ser condenado à crucificação, pediu para ser pregado à cruz de cabeça para baixo, por não se considerar digno de morrer na mesma posição que Jesus. A homenagem ao Santo marca o encerramento das festas juninas e, na Paraíba, existem seis paróquias dedicadas ao Apóstolo, vinculadas à Arquidiocese. Ontem, começou um tríduo de celebrações em homenagem ao discípulo.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 30 de junho de 2022.