por Ana Flávia Nóbrega*
Comemorando a tríade de Santo Antônio, São João e São Pedro, mais da metade das cidades paraibanas realizaram, pelo menos, um festejo junino. Em outras, com maiores polos festivos, a festa pode durar semanas e, até, um mês inteiro. Como o caso de Campina Grande, que sedia o Maior São João do Mundo, realizado em 30 dias.
As festas, no entanto, podem representar a chegada da quarta onda de contaminação pela Covid-19 na Paraíba.
Um estudo que vem sendo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) observa, no último boletim publicado, evidências que apontam para a quarta onda de casos. Isto porque o Estado e a Rainha da Borborema tiveram aumentos relevantes de 100,25% e 121,28%, respectivamente, passando de 2.448 novos casos para 4.902 em toda Paraíba e de 282 para 624 em Campina Grande. Os números de óbitos também aumentaram.
O professor Josenildo Brito, que lidera o estudo, indica que além da movimentação da curva, em tendência ascendente, a liberação do uso de máscaras, a variante Ômicron e suas subvariantes, estagnação da vacinação e aglomeração em eventos - com os festejos juninos - favorecem a transmissibilidade do vírus e se apresentam como possíveis fatores que podem contribuir para uma iminente quarta onda de Covid-19.
Apesar do aumento nas notificações de novos casos, a situação epidemiológica na Paraíba pode ser pior. Segundo Josenildo Brito, há a possibilidade de subnotificação de casos, levando em consideração que nem todo mundo que apresenta sintomas busca a testagem.
“Há indícios de grande subnotificação e a busca pelo atendimento e testagem nos postos de saúde e unidades de pronto atendimento, privadas ou públicas, parece ser menor”, destacou o pesquisador.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 1 de julho de 2022.