Ao som da orquestra corporativa e sob olhares ansiosos dos familiares e companheiros de corporação. Assim foi o retorno da delegação do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBMPB) que viajou ao Rio Grande do Sul para colaborar com as ações de resgate devido às enchentes que atingiram o estado. Os 18 militares chegaram ao Comando-Geral, em João Pessoa, na tarde de ontem, acompanhados de dois cães de busca. Ao todo, os enviados resgataram 13 pessoas e 42 animais, prestaram assistência a 127 desabrigados e outros moradores, além de terem recuperado um corpo.
O tenente-coronel Arthur Vieira comandou a operação paraibana no Rio Grande do Sul, que contou com especialistas em busca canina, resgate em áreas colapsadas e em áreas de desastre. Também foram levadas três embarcações e 2,6 mil toneladas de equipamentos. Uma das ações da qual a equipe participou foi o resgate do cavalo Caramelo, que se tornou símbolo da resistência gaúcha. Os militares ainda contribuíram com a entrega de alimentos, medicamentos e água potável.
Segundo Vieira, apesar do cenário devastador, lhe chamou atenção o apoio que a delegação encontrou durante a viagem.
“Acho que, em 24 anos de corporação, nunca vi algo tão grande com relação a um desastre. Mas, durante todo o trajeto, a gente foi muito bem recebido. Toda vez que percebiam que a gente estava em direção ao Rio Grande do Sul, havia palavras de conforto, um abraço, um sentimento de gratidão. E, chegando lá, aquela população abraçou a Paraíba”, lembrou.
Em seu discurso de recepção, o comandante-geral do CBMPB, coronel Marcelo Araújo, exaltou os esforços institucionais para que a viagem fosse realizada: “Quero agradecer imensamente ao Governo da Paraíba, à Secretaria de Segurança e da Defesa Social e à nossa instituição, pela dedicação e o compromisso dos senhores com o próximo. Não mediram esforços, foram para o embate, salvando vidas humanas e animais e auxiliando da melhor forma possível”.
Um dos membros da delegação foi o tenente Alysson Gouveia. De volta ao estado, ele reencontrou, emocionado, o filho Iuri, de um ano, e a esposa, Vanessa. “Rever a família toca bastante a gente, e a sensação é de dever cumprido. A gente queria permanecer lá, mas devíamos voltar, cuidar dos nossos e nos preparar para, talvez, voltar para lá daqui a algum tempo”, relatou.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 22 de maio de 2024.