por Ana Flávia Nóbrega*
O mundo voltou a ser alarmado com os perigos do vírus causador da Covid-19. Nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tornou pública informações sobre a variante Omicron (B.1.1.529), originária da África do Sul. A nova variante tem o maior número de mutações do vírus e alterações genéticas e, por isso, pode representar uma possível defasagem de alguns imunizantes contra a doença.
Com a descoberta, países de todo o mundo começaram a tomar decisões que isolem a África do Sul para evitar a propagação da nova variante. Na Paraíba, a Omicron surge para reforçar as indicações da Secretaria de Estado da Saúde (SES) para evitar aglomerações em festividades de fim de ano e, também, de Carnaval. O secretário Geraldo Medeiros reforçou as cautelas que devem ser tomadas.
“Em decorrência da contaminação comunitária da variante Delta na Paraíba, onde já há predominância; regiões com taxa de transmissibilidade acima de um; em função do cenário epidemiológico na Europa; e a nova variante com uma constelação de mutações, como chamamos, variante de monitoramento em que não sabemos o comportamento do vírus; tudo isso somado nos faz ver que não é factível que festas que gerem grandes aglomerações sejam recomendáveis, como o Réveillon e o Carnaval”, ressaltou o secretário.
Foram localizadas, no total, 50 mutações, sendo mais de 30 na proteína spike, alvo da maioria das vacinas.
Além da preocupação ainda distante, já que, até agora, foram confirmados 77 casos da nova variante na Província de Gauteng, na África do Sul; quatro casos em Botsuana; um em Hong Kong (uma pessoa que voltou de uma viagem à África do Sul), um em Israel (uma pessoa que voltou do Malaui) e uma na Europa (Bélgica). A preocupação do cotidiano do paraibano é a respeito da predominância da variante Delta, confirmada por Geraldo Medeiros.
A Rede Genômica Fiocruz, que analisa amostras com alta carga viral, confirma a predominância da Delta na Paraíba há três meses desde a confirmação de casos e a circulação comunitária, em agosto.
A indicação da SES será de cautela para todos os prefeitos paraibanos. Até o momento, não há mudança no decreto estadual com medidas para evitar a propagação da doença. Mas o secretário não descartou a possibilidade. Uma nova análise será realizada até 30 de novembro.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 27 de novembro de 2021