Com previsão de ser concluída em dezembro deste ano, a obra de contenção da Barreira do Castelo Branco, localizada no km 19 da BR-230, sentido João Pessoa–Cabedelo, está na fase de instalação dos tirantes protendidos e de finalização do gabião. O serviço que garantirá a estabilidade da encosta — orçado em R$ 8 milhões — é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), com recursos exclusivos do Governo Federal.
A ocupação desordenada da região, por parte da comunidade Santa Clara, na parte superior da área, ocasionou, ao longo das décadas, a perda da vegetação que revestia a barreira que, consequentemente, protegia o seu solo. Com a pavimentação das vias, as águas da chuva passaram a erodir o paramento do talude.
Para eliminar esse ponto crítico da rodovia, sujeito aos deslizamentos causados pelo processo erosivo, foi preciso investir em um projeto definitivo. “Ao dissipar tal ocorrência, haverá mais segurança operacional, não só para os usuários da rodovia como também para as comunidades que vivem nesse espaço”, disse Dácio Lacerda, chefe local do Dnit.
A próxima etapa constará da execução da drenagem superficial, da instalação do concreto projetado e do replantio da vegetação.
Moradores
Antes do início das obras, foi necessário transferir alguns moradores do local. A realocação das famílias da comunidade Santa Clara foi feita pela Prefeitura de João Pessoa, por meio do Programa João Pessoa Sustentável, responsável pelo mapeamento e pelo cadastramento das famílias que estão em área de risco, bem como pela sua retirada desses espaços. Dentre as alternativas de reassentamento, o programa está construindo os conjuntos habitacionais Beira Rio e Santa Clara.
Josileide Maria de Oliveira, que morava em uma área de risco da comunidade Santa Clara, é uma das pessoas contempladas no Programa João Pessoa Sustentável. “Toda vez que chovia era aquele sufoco. Chegou um determinado momento em que todo mundo precisou sair”, contou. Ela adquiriu uma casa própria com a ajuda do programa.
Outra modalidade do programa é a Compra Assistida, destinada, prioritariamente, a famílias que tiveram de deixar suas casas porque o imóvel foi interditado pela Defesa Civil. Nesse formato, a prefeitura adquire um imóvel em local seguro, escolhido pelas famílias a serem realocadas, e financia um valor de R$ 115 mil. Essa modalidade assiste famílias das oito comunidades que compõem o Complexo Beira Rio (CBR): Santa Clara, São Rafael, Tito Silva, Padre Hildon Bandeira, Miramar, Vila Tambauzinho, Cafofo Liberdade e Brasília de Palha.
O morador Jonathan Araújo será um dos beneficiados do Compra Assistida. Desde que teve que desocupar sua moradia, há quase dois anos, ele recebe o auxílio-aluguel, no Bairro Esplanada. No entanto, ainda não encontrou um imóvel que se adequasse às suas necessidades. “A maioria dos imóveis que se encaixam no valor está em bairros isolados. Como sou casado e tenho duas filhas, quero morar em um bairro mais central e seguro”, disse.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 17 de outubro de 2024.