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Engenho Corredor preservado

publicado: 07/03/2023 13h22, última modificação: 07/03/2023 13h22
Instituto de Incubação e Aceleração apresentou, ontem, a prestação de contas dos recursos obtidos por edital
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Propriedade considerada berço do escritor paraibano José Lins do Rego contou com R$ 150 mil em recursos de edital do Governo do Estado para custear a manutenção e preservação do espaço. Fotos: Roberto Guedes
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Professores, estudantes, jornalistas e políticos estiveram no engenho, que tem sido utilizado também para ações educativas com alunos da rede pública da PB. Fotos: Roberto Guedes
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Joaquim (à esq.) e Alba Soares (à dir.) são proprietários do engenho reformado inicialmente por eles. Fotos: Roberto Guedes
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por André Cananéa*

O Engenho Corredor, berço do renomado escritor paraibano José Lins do Rego e cenário onde se passam algumas de suas famosas histórias, está cada vez mais vistoso. Entre março e dezembro do ano passado, o Instituto de Incubação e Aceleração IA, de João Pessoa, conseguiu realizar, graças a um edital do Estado, reparos e melhorias na estrutura que compõem os 3.700 de área construída do complexo que forma o Engenho Corredor.

Ontem, no final da manhã, no próprio engenho (situado cerca de 55 quilômetros de João Pessoa), integrantes do IA apresentaram uma prestação de contas do edital de R$ 150 mil, que contribuiu com a manutenção do local, e mostraram a contrapartida, que atendeu mais de 300 estudantes da rede pública ao longo de 2022, de escolas estaduais e de municípios circunvizinhos à Pilar, onde está localizada a propriedade.

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Professores, estudantes, jornalistas e políticos estiveram no engenho, que tem sido utilizado também para ações educativas com alunos da rede pública da PB. Fotos: Roberto Guedes

Construído pelo coronel José Lins (avô do escritor) no século 19, o Engenho Corredor recebeu tanto alunos do Ensino Médio, quanto professores para aulas de campo e visitas guiadas nesse ambiente de história e cultura, que está registrado em obras como “Menino de Engenho”, “Fogo Morto” e “Bangüê”, além dos demais livros do chamado “Ciclo da Cana-de-Açucar”.
“Aqui no Engenho Corredor, a gente entendeu toda a necessidade de preservação deste nosso patrimônio histórico, imaterial e cultural de uma história que é uma história Brasil. Então, a gente queria levar isso para os nossos alunos e fazer todo um processo de restauro de tudo que tem aqui no engenho”, explicou a idealizadora do Instituto IA, Pryscilla Dora, gaúcha radicada na Paraíba.

Ela conta que o instituto busca desenvolver projetos que tenham alto impacto no desenvolvimento do estado, através de uma triangulação que envolve poder público, instituições privadas e a academia, e recrutou pesquisadores e professores para participarem do primeiro ciclo desse processo, cujo encerramento, ontem, foi prestigiado por professores e alunos, políticos e jornalistas, incluindo o poeta Jessier Quirino.

Proposta de rota turística do Vale do Paraíba

O Engenho Corredor foi inicialmente restaurado - com recursos próprios - pelos atuais proprietários, o casal Joaquim e Alba Soares (ela, parente do renomado escritor), que vendeu algumas posses para bancar as obras iniciais do espaço, que foi tombado pelo Iphaep em 1998 a partir do decreto nº 20.137. Joaquim e Alba, inclusive, foram homenageados, ontem, pelo Instituto IA, pela dedicação que eles têm com um espaço tão importante para a história e a cultura da Paraíba.

De acordo com Pryscilla Dora, o IA já deu início ao segundo ciclo do projeto de preservação do Engenho Corredor, com a captação de novos recursos para tornar o secular e aprazível local às margens do Rio Paraíba, ainda mais atrativo e autossustentável.

Rota Turística
O Instituto IA aproveitou a prestação de contas para apresentar aos convidados a Rota Turística e Cultural do Vale do Paraíba. A proposta é estabelecer um roteiro que perpasse os municípios da região e mostrar aos visitantes o que cada um tem de mais importante e valioso, na gastronomia, patrimônio histórico e belezas naturais.

O roteiro teria início no Engenho Corredor, em Pilar, e partiria para cidades como São Miguel de Taipu, Ingá, São José dos Ramos, Itabaiana. “A gente tem aqui uma riqueza muito grande, mas ainda muito desconhecida do público. Esta topografia onde estão São Miguel (de Taipu) e Pilar, que têm uma topografia generosa, e graças a essa topografia, muitas coisas se preservaram. Pilar é um mimo de cidade, é uma maquetezinha”, elogia o poeta e arquiteto campinense Jessier Quirino, que reside há 40 anos em Itabaiana, e que é apontado como um patrimônio vivo da cultura da região.

*Matéria publicada originalmente em 4 de março de 2023.