A Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) realizou, ontem, a doação de 40 livros para a Penitenciária de Reeducação Feminina Maria Júlia Maranhão, em Mangabeira. O evento contou com a presença do diretor de Mídia Impressa da EPC, William Costa, e do gerente Executivo da Editora A União, Alexandre Macedo.
A presidente da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil, Neide Medeiros, que é educadora e escritora, conta que foi a primeira vez que colaborou com uma ação na unidade prisional.“Foi uma experiência muito boa. A leitura só vai trazer benefícios para as detentas. A leitura e o livro tornam as pessoas melhores”, explica.
Com o objetivo de humanizar o cárcere, estreitar os laços entre mães e filhos, criar o hábito de leitura e proporcionar memórias mais suaves às crianças que visitam as suas mães todos os sábados, a unidade prisional mantém um projeto de leitura das mães com as suas crianças em dias de visitação social. Além do projeto de leitura, as apenadas podem usar 12 leituras por ano para solicitar a redução da sua pena em até 48 dias.
A policial penal e diretora da Penitenciária Maria Júlia Maranhão, Cinthya Almeida, conta que ficou muito contente com a notícia da doação de livros infantis-juvenis, “a doação caiu como uma luva, veio para fortalecer uma prática que já fazemos aqui na unidade, trazendo novas variedades de livros”, completa a diretora.
Maurício de Souza, Lucy Maud Montgomery, Ana Maria Machado são alguns dos autores dos 40 livros entregues à penitenciária. A doação foi realizada na sala de aula da unidade prisional na presença de Neide Medeiros, a diretora Cinthya Almeida, o secretário da Administração Penitenciária João Alves e as reeducandas.
“Eu costumo dizer que é muito fácil segurar a mão de quem sempre fez tudo certo, mas é muito nobre olhar para quem fez errado, dando-lhe uma oportunidade de acertar, então é muito gratificante receber essa visita com os livros”, disse a reclusa Marina Oliveira de Vasconcelos, de 33 anos, que tem a leitura e a escrita como um refúgio.
Marina relata que foi fazendo artesanato no projeto Castelo de Bonecas que ela enxergou que poderia realizar o seu sonho de vida: escrever um livro.
A sua relação com a leitura começou desde da sua infância, Marina destaca que sempre gostava de ficar lendo na biblioteca da sua escola e que andava com um caderninho para as suas anotações, “independente de onde eu estivesse, eu sempre tinha um caderno comigo para escrever algo, quando eu não tenho um caderno perto de mim, eu me sinto vazia, é algo que me traz conforto”, diz a reeducanda.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 16 de agosto de 2023.