Na Paraíba, quem precisa passar pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), para concessão de benefícios, pode ter que esperar até 60 dias. Essa é a média de tempo que os cidadãos dos 139 municípios que fazem parte da Gerência Executiva de Campina Grande precisam aguardar. O tempo é maior do que a média nacional, que chega a 47 dias. Em João Pessoa, a demora é de 30 dias, uma vez que a Gerência Executiva cobre 82 municípios.
Os dados foram informados pelo gerente executivo do INSS na Paraíba, Rogério Oliveira. De acordo com o gestor, a quantidade de médicos é insuficiente para atender a demanda de forma mais ágil. Entre setembro de 2023 e janeiro de 2024, o INSS da Paraíba recebeu um total de 12 mil requerimentos de benefícios que precisam passar por perícia médica.
A maior parte deles, cerca de oito mil, foram voltados para o auxílio por incapacidade temporário (o antigo auxílio-doença), seguido pelos pedidos referentes ao BPC (cerca de 4 mil).
BPC
No mutirão que o Instituto Nacional do Seguro Social está realizando para atender aos requerentes do Benefício de Prestação Continuada (BPC) à pessoa com deficiência, João Pessoa e Campina Grande não estão incluídos. Mas, outros seis municípios vão receber o serviço: Cuité, Itaporanga, Santa Luzia, Sapé, Serra Branca e Pombal.
A ação do INSS conta com atendimentos remotos para reduzir o tempo de espera nessas localidades. Os atendimentos serão realizados por médicos de outros estados do Brasil. “A implantação em mais cidades da perícia médica remota melhor a satisfação do segurado, porque não vai mais precisar se deslocar do interior para outras cidades ou mesmo para a capital. Abrir salas para fazer perícia remota é diminuir o deslocamento do segurado”, reforça o gerente executivo do INSS na Paraíba, Rogério Oliveira.
Atendimento na gerência do INSS de João Pessoa é de 30 dias. Média nacional para a concessão de benefícios é de 47 dias
Segundo ele, além das perícias remotas, outros fatores convergem para a diminuição da fila de espera e também no aumento da satisfação de usuários e usuárias. “Nós estamos vendo diminuir muito a questão da reclamação, por conta do aumento do tempo de despacho. Demorava-se muito para que a gente fizesse o atendimento de aposentadoria, de salário maternidade e outros. Nós conseguimos avançar a partir das decisões automáticas do direito, e com o sistema de bonificação, em que os servidores são estimulados a fazer despachos após a meta diária ou o horário de trabalho e são bonificados com isso”, explica.
Ao todo, são mais de 800 vagas distribuídas nos seis municípios paraibanos. De acordo com o gerente executivo, as cidades foram escolhidas pela posição geográfica e por terem a estrutura adequada, como sala preparada com os equipamentos necessários para o atendimento. O mutirão segue até o dia 30 de março.
Para agendar o atendimento presencial a uma agência previdenciária, é possível utilizar o telefone 135 ou acessar o aplicativo Meu INSS. Além disso, mais de 90 serviços são oferecidos pelo INSS nos seus canais remotos.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 14 de março de 2024.