Criada para fortalecer o turismo no Sertão paraibano o ano todo, a Rota dos Festejos Juninos Vale dos Sertões integra as cidades de Patos, São Mamede e Santa Luzia. O Sebrae, idealizador do projeto, levou um grupo de agentes de turismo e jornalistas para conhecer os atrativos turísticos da região: cultura junina, culinária regional, visitação a igrejas e museus, contemplação das belezas naturais, além do acolhimento do povo sertanejo. Por compreender a imensidão deste roteiro turístico foi produzida uma série de reportagens, sendo A Morada do Sol, o primeiro destino divulgado.
A Rota dos Festejos Juninos é um produto turístico que compreende a soma de vários segmentos criativos: dança, música, gastronomia, artesanato, moda junina, literatura de cordel, teatro e produção audiovisual. Este nicho criativo de mercado valoriza a identidade dos talentos culturais em rede, contribuindo para o desenvolvimento territorial sustentável.
De acordo com a gestora de Turismo e Economia Criativa, Regina Amorim, a Rota dos Festejos Juninos foi formatada para vender um roteiro turístico permanente. “O cliente potencial é a agência de turismo porque é quem vai vender este roteiro para o turista. Se a agência tem interesse em trazer um grupo de turistas em maio, por exemplo, basta articular com o receptivo local de cada município da Rota. O roteiro foi estrategicamente pensado para vivenciar os atrativos turísticos de forma integrada”, detalhou.
A Rota é uma parceria do Sebrae/PB junto com o Governo da Paraíba, através da Secretaria de Estado de Turismo e Desenvolvimento Econômico (Setde-PB) e a Empresa Paraibana de Turismo (PBTur). Regina Amorim enfatiza a importância desta parceria no desenvolvimento do turismo paraibano. “O Sebrae atua com a consultoria do Programa de Agentes de Roteiros Turísticos, com foco no fortalecimento da governança e na formatação de novos roteiros turísticos. Já o Governo do Estado tem divulgado os roteiros em feiras nacionais e internacionais deste segmento”, frisou.
Roteiro turístico de Patos
A Fampress e famtour da Rota dos Festejos Juninos, realizada de 8 a 10 de março, começou com a apresentação dos Violeiros Genaldo e Paulo Pereira no Centro Cultural Amaury Carvalho, localizado no centro de Patos. Apesar de serem cearenses, os Irmãos Pereira residem na Morada do Sol há mais de 20 anos, tanto é que ganharam o título de cidadão patoense. “Estamos lisonjeados de ser incluídos na Rota dos Festejos. A nossa arte busca homenagear de forma criativa os elementos da cultura nordestina. A cantoria repentista é o dom do improviso, mas também requer muito conhecimento”, declarou.
O Mercado Municipal de Patos é parada obrigatória para quem conhece uma nova cidade. É possível saborear comidas regionais, encontrar utensílios domésticos na “Feira de Mangaio”, lembrancinhas e comprar sandálias e acessórios de couro a um preço justo. Na Rota dos Festejos Juninos do Vale dos Sertões, o turista será recebido por uma quadrilha junina ao som do trio pé de serra. O Centro de Comercialização de Calçados fabricados em Patos também é outro destaque na programação, que por ser polo calçadista abastece toda a região.
Sítio Serrota
Localizado a 5km de Patos, o Sítio Serrota é um lugar para apreciar a natureza, pois a região é rodeada de inselbergs e serras. No local, funciona um bar que serve comidas típicas da região como bode e galinha de capoeira. Para a Rota dos Festejos Juninos, o turista poderá apreciar o pôr do sol, acompanhado de um café junino e apresentação de quadrilha, com direito a casamento matuto.
Gastronomia
No município de Patos não faltam opções de restaurantes com comida regional, a exemplo do Seu Bastião, no centro de Patos; A Casa, no bairro Brasília; e o Pirão de Queijo, no bairro São Sebastião. A proposta do Seu Bastião é um ambiente aconchegante e arborizado, que retrata a cultura nordestina, tanto na decoração como no sabor do Sertão.
O nome do estabelecimento, segundo o proprietário Filipe Dias, é uma homenagem a seu avô Seu Bastião, mas também um resgate da cultura nordestina, principalmente, a sertaneja. “O nome dos pratos no cardápio faz referência a apelidos na nossa família, alguma frase que meu avô falava, por exemplo. A decoração foi pensada para homenagear a cultura nordestina, a exemplo do mural de xilogravura como também os músicos Marinês e Dominguinhos”, exemplificou.
O restaurante A Casa possui uma ambientação rústica que também resgata a memória afetiva dos familiares através de antiguidades. O proprietário do estabelecimento, Washington Queiroz, explica o conceito do restaurante. “É importante acompanhar a modernidade, mas sem esquecer das nossas raízes. Quando o cliente se depara com um rádio antigo, disco de vinil ou máquina de escrever fica emocionado, pois lembra dos seus avós ou de alguma memória da infância. Estes elementos também são importantes para proporcionar o encontro de gerações, principalmente, nas crianças”, disse.
O sabor da comida regional deste restaurante fez Vânia Olegário, proprietária de uma agência de turismo em Lagoa Seca, lembrar do tempero de sua avó. “Quando eu provei o arroz da terra me emocionei, pois lembrei dela. Minha avó costumava fazer na panela de barro, transmitindo o seu afeto através da comida, muito característico do sertanejo”, contou emocionada.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 15 de março de 2024.