Figuras populares nas ruas de João Pessoa, os jambeiros preparam-se para deixar para trás o período de floração — quando colorem as ruas da cidade com seus tapetes cor-de-rosa — e começar a dar frutos em janeiro. Cada árvore, que pode chegar a cerca de 20 m de altura, rende, em média, mil jambos — fruta originária da Ásia, mas que se adapta bem ao clima tropical e agrada o paladar dos brasileiros, desde que foi introduzida no país, séculos atrás, no período colonial. De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente (Semam), na capital paraibana, são 350 jambeiros preparando-se para a frutificação.
Moradora do bairro Jardim Cidade Universitária, Maria Luzete de Andrade, de 48 anos, conta que a família tem um pé de jambo no quintal há gerações. “Minha bisavó plantou com a minha avó, quando ela ainda era menina. Moramos aqui há muito tempo, e todo ano aproveitamos o nosso jambo para fazer geleia. Também comemos direto do pé, todo mundo aqui em casa ama”. Segundo ela, apesar da beleza do período de floração, que forma tapetes cor-de-rosa pelas ruas, jardins e quintais das casas, colher os frutos é a parte mais agradável de se ter um jambeiro. 
O engenheiro agrônomo Anderson Fontes, que é diretor do Controle Ambiental da Semam, explica que, por ser uma árvore comum nas zonas viárias de João Pessoa, os jambeiros recebem bastante atenção da secretaria, a fim de garantir a saúde da árvore, o paisagismo e a segurança nas ruas. “Como a copa do jambeiro é volumosa e tem frutos que caem, tomamos o cuidado de analisar e diagnosticar periodicamente essas árvores, para fazer as podas corretas, segundo o plano de manejo, e o tratamento fitossanitário [procedimento de segurança para controlar pragas]”. O melhor período para fazer a poda, de acordo com o engenheiro, é logo após a floração e frutificação.
Anderson também explica por que é importante evitar jogar pedras na árvore, na tentativa de derrubar os jambos: “Isso pode abrir feridas nos troncos, o que deixa espaço para fungos e outros patógenos se desenvolverem”. No Brasil, especialmente adaptados à Região Nordeste, os jambos também são frutas populares entre a fauna local. “Não somos os únicos que se agradam do jambo. Animais como saguis e pássaros também gostam e conseguem se alimentar deles facilmente”.
Ainda segundo o diretor, a incidência de jambeiros é maior nos bairros mais antigos da capital, como Jaguaribe, Torre e Expedicionários, mas um dos mais populares da cidade está localizado no Bairro dos Estados. “É o jambeiro em torno do Cemitério Santa Catarina. Sendo uma das árvores com o maior volume de frutificação e jambos mais vistosos, há quem comente que esse é o melhor jambeiro da cidade”, expõe ele.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 2 de dezembro de 2025.