A Paraíba registrou melhora na taxa ajustada de frequência escolar líquida (Tafel) no Ensino Fundamental de 2023 a 2024. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), o indicador para estudantes de seis a 14 anos — que mede se o aluno frequenta a etapa adequada para sua idade — subiu de 93,6% para 94,9%, um avanço de 1,3 ponto percentual (p.p.). Com esse desempenho, o estado superou as médias do Brasil (94,6%) e do Nordeste (94,4%), alcançando o oitavo melhor resultado do país e o quarto da região. Apesar disso, segue levemente abaixo da Meta 2 do Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece 95% como patamar mínimo.
Os dados mostram, porém, que a Paraíba ainda não recuperou, integralmente, o nível pré-pandemia. O indicador, que era de 97,7% em 2016, sofreu forte queda — sobretudo de 2019 a 2022, quando recuou 3,5 p.p. — e permanece 2,8 p.p. abaixo do início da série histórica. A redução foi maior que a observada no Brasil (-2,1 p.p.) e no Nordeste (-2,3 p.p.).
Na análise por faixas etárias dentro do Ensino Fundamental, houve melhora tanto nos anos iniciais (seis a 10 anos), cuja Tafel subiu de 89,4% para 91,6%, quanto nos anos finais (11 a 14 anos), que avançaram de 85,4% para 85,8%. No entanto, no comparativo com 2016, o grupo mais jovem registrou queda de 5 p.p., enquanto o segmento de 11 a 14 anos apresentou aumento de 5,9 p.p.
Ensinos Médio e Superior
Entre estudantes de 15 a 17 anos, que deveriam estar cursando o Ensino Médio, a Paraíba apresentou trajetória de crescimento consistente. A Tafel estadual passou de 55,7% em 2016 para 69,8% em 2024 — avanço de 14,1 p.p., superior ao nacional (8,5 p.p.) e próximo ao regional (15 p.p.). Mesmo assim, o estado ainda está abaixo das médias brasileira (76,8%) e nordestina (74%), e distante da Meta 3 do PNE, que prevê 85% até 2024.
A frequência escolar adequada entre jovens de 18 a 24 anos no Ensino Superior também cresceu. A Tafel passou de 20,4% em 2016 para 25,8% em 2024, avanço superior ao do Brasil (4,2 p.p.) e ao do Nordeste (5,2 p.p.). Ainda assim, permanece abaixo da média nacional (27,3%) e da meta do PNE, que estabelece 33% como objetivo. No ranking regional, a Paraíba ocupa a segunda posição, atrás apenas do Piauí (26,1%).
Outro indicador avaliado foi a proporção de pessoas de 18 a 29 anos com pelo menos 12 anos de estudo — metas da Educação Básica concluída. Na Paraíba, a taxa chegou a 67,6% em 2024, abaixo da média nacional (74,2%) e pouco inferior à regional (68,1%). O estado teve o oitavo menor índice do país, mas o quarto melhor do Nordeste. Apesar do posicionamento, a evolução foi expressiva. Desde 2016, quando o índice era de 53,8%, houve aumento de 13,8 p.p., superior ao avanço nacional (10,8 p.p.) e ao regional (13,4 p.p.).
O número médio de anos de estudo nesse grupo também cresceu: subiu de 10,4 para 11,4 anos de 2016 a 2024, igualando-se ao Nordeste e aproximando-se do patamar brasileiro (11,9 anos).
Rede pública predomina
A pesquisa também mostra que a rede pública permanece majoritária no atendimento da Educação Básica no estado. De 2016 a 2024, a participação pública cresceu na Educação Infantil (de 64,7% para 70,1%) e no Ensino Médio (de 83,3% para 87,1%). No Ensino Fundamental, porém, houve retração de 3,4 p.p., com a rede atendendo 78,1% dos estudantes em 2024.
No Ensino Superior, a partir de 2019, a rede privada passou a concentrar a maior parte das matrículas. Após atingir 56,1% em 2022, a concentração de estudantes nos grupos particulares de educação vem diminuindo, mas ainda permanece superior em relação à quantidade de matrículas nas instituições públicas — 51,9% em 2024.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 4 de dezembro de 2025.