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SES registrou, este ano, cinco mortes, três por dengue e duas por chikungunya; outros 14 óbitos são investigados

Paraíba tem mais de 33 mil casos de arboviroses

publicado: 01/07/2022 09h02, última modificação: 01/07/2022 09h02
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Foto: Secom-JP

por Ítalo Arruda*

Em 2022, a Paraíba confirmou cinco óbitos em decorrência das arboviroses, sendo três mortes por dengue e duas por chikungunya. Outros 14 óbitos estão em investigação. Os números constam do Informe Diário das Arboviroses Urbanas nº 18/2022, divulgado na última terça-feira (28), pela Gerência Executiva de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde (SES). O boletim epidemiológico mostra, ainda, que já foram registrados mais de 33 mil possíveis casos de arboviroses no território paraibano, sendo a maioria de dengue (19.970) e chikungunya (12.418). Já o número de casos prováveis de zika é de 707, dos quais 11 são em gestantes.

Durante o período chuvoso, no qual há maior incidência de água parada e, consequentemente, a proliferação do mosquito transmissor dos vírus, (Aedes aegypti) é necessário redobrar os cuidados para evitar a infecção, é o que explica a técnica da SES responsável pelas arboviroses, Carla Jaciara. “Estes números decorrem, principalmente, do período sazonal, com muitas chuvas e clima úmido, o que favorece o acúmulo indevido de água. Algumas pessoas, sobretudo no Sertão, reservam muita água e, se for um acúmulo inadequado, acaba se transformando em um local para abrigo do mosquito”, alerta.

Ainda de acordo com a Jaciara, o reflexo desse aumento nas notificações é, também, resultado de um trabalho realizado pela SES, junto às Gerências Regionais de Saúde, que intensificaram as ações de combate, testagem e acompanhamento dos casos no estado. “Seguimos com um trabalho de prevenção e conscientização da população para buscar atendimento em caso de sintomas sugestivos, como febre, cefaléia, dores nas articulações e os demais sintomas clássicos, como as manchas vermelhas, para que sejam identificados os possíveis casos e, com isso, registrada a notificação”, complementa.

A técnica da SES também recomenda que, além de procurar o serviço de saúde, é importante que todos “façam o seu dever de casa” e adotem alguns cuidados básicos que garantem a segurança e evitam a proliferação das doenças causadas pelo Aedes aegypti, como a limpeza periódica dos ambientes no interior do imóvel.

“É importante que isso seja feito pelo menos uma vez por semana, visto que é período em que o ovo do mosquito eclode. Então, limpar as calhas, vedar bem as caixas de água, reservar água em recipientes que tenham tampa e estejam bem fechados, bem como ficar atento aos pontos nos quais pode haver acúmulo de água, são medidas eficazes no combate às arboviroses”, destaca Carla Jaciara.

João Pessoa

A capital paraibana já registrou 5.999 casos de arboviroses este ano. De acordo com dados da Vigilância em Saúde de João Pessoa, até junho foram notificados 4.684 (78,1%) casos prováveis de dengue, 1.162 (19,4%) de chikungunya e 153 de zika (2,5%).

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) o combate às doenças vem sendo realizado por meio de visitas dos agentes de saúde aos domicílios em todos os bairros da cidade, com as devidas instruções preventivas, e, em caso de focos localizados, a eliminação dos transmissores com o uso de larvicidas. Ainda segundo a pasta, também há o uso do carro fumacê, que, em parceria com a SES, circula diariamente nas ruas da cidade, com uma estimativa de dois a três ciclos em cada local.

A gerente de Vigilância em Saúde da SMS, Raquel Moraes, frisou que as ações priorizam as áreas mais propensas ao desenvolvimento do mosquito vetor. “Os agentes de endemias realizam visitas domiciliares. Durante essas visitas, repassam instruções preventivas e, quando localizados focos, fazem a eliminação, utilizando larvicidas. No caso de ambientes mais extensos, é feita a aplicação com bombas perifocais que permitem amplo alcance”, explicou.

Além destas ações, a SMS afirmou que “vem sendo feito um trabalho de conscientização dos pacientes que chegam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) com suspeita de arboviroses; intensificação do Disque Dengue e a criação de uma comissão intersetorial formada por agentes ambientais, representantes de construtoras, igrejas e outros setores”.

Bairros com mais casos

Os bairros onde há a maior concentração de casos notificados de dengue são: Cruz das Armas (409), Mangabeira (351), Cristo Redentor (287), Bairro das Indústrias (264) e Oitizeiro (227).

Já os locais com maior número de casos notificados de chikungunya são: Mangabeira (210), Bancários (105), Castelo Branco (70), Jardim Cidade Universitária (51) e José Américo (46). Em relação aos casos de zika vírus, os bairros com maior número são: Mangabeira (seis), Valentina Figueiredo (quatro), Cristo Redentor (três), Jardim São Paulo (três) e Mandacaru (três).

Onde buscar atendimento?

Em caso de sintomas mais leves, a população deve buscar atendimento nas Unidades de Saúde da Família (USFs) presentes em vários bairros da capital. Em casos mais graves, em que o usuário necessite de atendimento de urgência, o atendimento pode ser feito em uma das quatro UPAs do município.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 1 de julho de 2022.