O projeto Manhã da Literatura Paraibana esteve em Campina Grande, no último sábado (18), para o lançamento de livros de autores da cidade e região. O evento, organizado pela Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), em parceria com a União Brasileira de Escritores na Paraíba (UBE-PB) e a Academia de Letras de Campina Grande (ALCG), abriu espaço para que autores paraibanos falassem sobre suas obras e o processo criativo por trás delas, além de comercializá-las.
No encontro, sediado no Museu de Arte Popular da Paraíba, a Editora A União, vinculada à EPC, lançou os livros Paraíba na Literatura 5, que reúne 20 perfis de artistas paraibanos escritos por professores, historiadores e escritores do estado, e Memórias A União, coletânea de 31 entrevistas com nomes que marcaram história no Jornal A União, explicitando o processo jornalístico por trás da feitura da notícia.
Segundo a diretora-presidente da EPC, Naná Garcez, o evento na Rainha da Borborema é de fundamental importância para descentralizar a produção da empresa para além da capital. “Temos procurado fazer essa interiorização no estado. A Editora A União, o Jornal A União e a Rádio Tabajara são patrimônios da Paraíba, e trazer nossa produção literária para outras cidades é nossa obrigação. O estado é muito rico nesse aspecto, sempre produziu bons autores, tanto cronistas como romancistas e poetas. Temos nomes consagrados, como Augusto dos Anjos, José Lins do Rego, José Américo e tantos outros”, destacou.
Outros lançamentos
Além dos livros da Editora A União, 13 autores filiados à UBE-PB e à ALCG aproveitaram para lançar seus próprios escritos na ocasião. Luís Augusto Paiva, presidente da UBE-PB, apresentou seu novo romance, Memórias Indecentes, e celebrou os esforços conjuntos das instituições envolvidas no projeto. “Eu publico, toda semana, uma coluna no Jornal A União, e nós sempre fomos parceiros. Estou falando de um periódico que sempre deu muito espaço para a cultura no geral, mas, para a literatura, ele dá uma força absurda, está sempre de portas abertas. Então, tudo que a gente puder fazer juntos, vamos fazer”, ressaltou Luís Augusto.
Pâmela Avelino é pedagoga e esteve no evento para procurar livros de autores paraibanos que pudesse levar para a sala de aula. Amante da leitura e dona de uma página que avalia obras literárias na internet, ela também aproveitou para escolher uma para si: Antes que seja tarde, de Valéria Xavier. “Eu me atraí, primeiro, pela capa, que é muito bonita, e, querendo ou não, a gente julga o livro pela capa. Mas, depois que eu soube que a história era sobre Alzheimer, me interessei mais ainda”, disse a pedagoga.
O romance de Valéria, que também é vice-presidente da ALCG, é seu oitavo, fruto de uma extensa pesquisa sobre a doença, que tem afetado cada vez mais pessoas. “O protagonista do livro sofre de Alzheimer, e eu mostro as profundas mudanças que acontecem na vida dele e das pessoas que estão ao seu redor”, explicou a autora.
Outro título lançado na Manhã da Literatura Paraibana foi Anayde Beiriz, de Francisca Vânia Nóbrega. A autora ocupa a 6a cadeira da Academia Paraibana de Poesia, tendo como patrona a escritora que dá nome à obra. “Esse livro é uma homenagem a minha patrona, uma mulher transgressora para sua época, corajosa, ousada. Uma mulher que ousou amar, ser livre. Uma professora, poeta, contista, assim como eu”, detalhou Francisca.
Entre as outras obras apresentadas durante o encontro no Museu de Arte Popular da Paraíba, estão: A Ruivinha do Sinal Vermelho, de Amira Rose Medeiros; Eu, Inútil, de Cibele Laurentino; O Flutuador, de Aroaldo Maia; Festa das Traças, de Norma Alves Ferreira; Literatura Paraibana em Cena, de Neide Medeiros; A Musa do Entardecer, de José Nunes; e Quadro Crônico, de Lucas Arroxelas.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 21 de maio de 2024.