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Funad promove o São João com os usuários e familiares

publicado: 20/06/2018 00h05, última modificação: 20/06/2018 07h42
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A quadrilha que reúne portadores de deficiência foi a principal atração do evento - Foto: Evandro Pereira

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Sara Gomes

São João é uma festa muito importante para o nordestino e com a Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência não é diferente. Em comemoração aos festejos juninos, a instituição contou com a presença de usuários, alunos, servidores e familiares para celebrar o arraial de São João 2018 que aconteceu na última terça-feira (19) no pátio da Funad. Como em edições anteriores, a principal atração foi o Quadrilhando sobre Rodas, a mais esperada e que integra a programação cultural.

O projeto existe desde 2013 e faz parte do Núcleo de Vivência e Artes da instituição. De acordo com Josinaldo Flores, professor reabilitador os deficientes físicos só faziam fisioterapia, então, para reintegrá-los a sociedade de forma lúdica o projeto surgiu “Eu comecei a pesquisar qual modalidade se adequaria ao cadeirante e analisei também o perfil deles. A quadrilha junina proporcionou essa motivação e São João é uma festa que todos gostam de participar”,explicou. O projeto de ressocialização tem sido tão positivo que o professor tem ampliado a atividade para pessoas com deficiência intelectual.

O coordenador Juliano Almeida, do Núcleo de Vivência e Artes enfatiza que o trabalho desenvolvido na Funad em suas diversas áreas consiste um processo de reabilitação como é o caso do São João que une arte e cultura a fim de promover a inclusão social dos usuários”. O Quadrilhando sobre Rodas tem ganhado visibilidade. Esse ano foi chamado para fazer a abertura do festival de quadrilhas juninas em Recife,no último 26 de maio”,afirmou.

A presidente da Funad, Simone Jordão, destaca que a festa de São João, a exemplo de outras ações promovidas pela Fundação, é um grande instrumento de inclusão social. “Os usuários da Funad tem uma satisfação de participar que a cada ano visamos ser o mais inclusivo possível. Um trabalho construído de forma coletiva com familiares, usuários e servidores. O nosso calendário tem o objetivo de transformá-los em verdadeiros protagonistas”, ressaltou

A mãe de Miguel, Ana Paula relembra o quanto a Funad é importante para o desenvolvimento do filho que recebe acompanhamento desde 1 ano e três meses de idade”. Melhorou a socialização, a habilidade motora e cognição social dele. Só tenho a agradecer o empenho da instituição para melhorar a qualidade de vida dos usuários”, disse.

Simone Jordão relata que o Governo do Estado vem desenvolvendo ações desde 2011 para afirmar e promover ações que ressignificam o lugar social e autonomia das pessoas com deficiência que historicamente é o segmento mais penalizado.

O Arraial de São João no primeiro momento teve apresentação dos alunos do EJA. Posteriormente, apresentação do Quadrilhando sobre Rodas com sucessos de Luiz Gonzaga (Festa de Mangaio, Morena Bela, Puxada) e Mastruz com Leite (Feira Dançante).

O Quadrilhando sobre Rodas têm ganho visibilidade que esse ano foi chamado para fazer a abertura do festival de quadrilhas juninas em Recife, no 26 do mês passado. Este projeto tem se apresentado em escolas do estado e município, grupos de idosos e repartições públicas.

A maioria dos cadeirantes desse projeto tornaram-se deficientes físicos por meio de acidentes automobilísticos, vítimas de bala perdida ou através de doença, como a poliomielite. O Quadrilhando sobre rodas serviu para ajudá-los a conviver com a deficiência e seguir em frente como é o caso de Nísia dos Santos que é uma das primeiras a fazer parte do projeto. “Fazia fisioterapia na Funad e outros atendimentos. Sofri um acidente de moto há oito anos. No começo foi difícil me conformar como que aconteceu comigo, mas, esse grupo me ajudou a ver o mundo de outra forma. Comecei a ver outras pessoas que passaram por isso e, hoje, vejo que a minha deficiência não é nada comparado a casos muito piores”, ressaltou. Ela conseguiu superar o trauma e além da quadrilha pratica para- atletismo na UFPB.

Hortêncio Martins tem escoliose desde os 15 anos de idade e faz parte do Quadrilhando sobre rodas há três anos, mas antes disso já praticava basquete para cadeirantes na Associação de Deficientes e Familiares (Asdef) e tênis adaptado no clube Cabo Branco “A quadrilha me deixou mais rápido, me ajudou na locomoção, além de ser uma atividade lúdica”, disse.