por Mayra Santos*
Com o aumento de casos de Covid-19 na Paraíba, o uso de máscara facial em ambientes fechados das repartições públicas tornou-se, novamente, obrigatório. Isso se deve ao decreto nº 43.080, publicado no Diário Oficial, no último sábado, assinado pelo governador João Azevêdo, que exige o uso da máscara em ambientes fechados. A medida passou a vigorar ontem, sendo possível a adoção de novas ações, a qualquer momento, em função do cenário epidemiológico estadual e nacional, visando o combate da nova cepa do coronavírus, transmissor da Covid-19.
Nas últimas semanas, o número de contágios com o coronavírus vem aumentando na Paraíba e no Brasil. O que ocorre é que existe uma nova variante do vírus, a chamada Ômicron BQ.1, de acordo com o infectologista Fernando Chagas.
O coronavírus assola o mundo desde 2019, mas foi em março do mesmo ano que foi decretado medidas mais rígidas no Brasil e, desde então, o uso de máscara se tornou uma ferramenta de proteção para todos.
O especialista explicou que a máscara é uma espécie de anteparo que se coloca na frente do nariz e da boca, o que impede que leve o vírus à frente, no caso das pessoas contaminadas, assim como evita que alguém ‘jogue’ o vírus no ar, protegendo a pessoa de respirar diretamente as gotículas infectadas. “A máscara freia, com ou sem vacina, a proliferação do vírus”, asseverou.
O uso da máscara é uma medida não farmacológica de barreira contra a transmissão do vírus, de acordo com infectologista. Logo, é muito importante o seu uso, porque protege, principalmente, os idosos que fazem parte do grupo de risco. Segundo ele, esse grupo pode descompensar outras patologias que já possuem, se infectados com a Ômicron BQ.1.
Sobre a nova variante, Chagas ressaltou que essa cepa possui uma característica chamada de imunidade neutralizante. “Geralmente, as pessoas que já tiveram contato com o vírus ou foram vacinadas possuem 50 a 60%, em média, de chances de não adoecerem. Porém, com essa nova cepa é diferente, porque ela foge da imunidade neutralizante. Desse modo, 100% das pessoas se tiverem contato com o vírus, mesmo quem já teve a doença ou mesmo vacinado, podem desenvolver a doença, ainda que na forma leve. Essa variante é muito mais transmissível. Mesmo vacinado, a chance de pegar e apresentar a doença é alta”, ressaltou.
O infectologista informou ainda que agora a preocupação não é apenas a questão da contaminação, mas também a quantidade de pacientes internados nos leitos que vem aumentando. Segundo ele, isso já era esperado devido às características dessa nova cepa, pela sua alta transmissibilidade. A maioria dos pacientes internados são aqueles que não completaram o esquema vacinal ou sequer iniciaram a vacinação contra Covid-19, informou.
Secretaria de Educação vai reforçar a prevenção nas escolas
por Juliana Cavalvanti*
A Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba (Seect) pretende reforçar a prevenção contra a Covid-19 escolas da Rede Estadual de ensino. No entanto, ainda não existe determinação para o afastamento de cadeiras, a utilização de ensino híbrido (onde parte dos estudantes ficariam em casa) ou outras formas de distanciamento dos alunos do modelo presencial.
De acordo com o secretário de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba, Cláudio Furtado, as escolas da Rede Estadual irão seguir o atual decreto que torna obrigatória a utilização de máscaras em repartições públicas (incluindo as salas de aula).
“Não existe previsão para utilizarmos o ensino híbrido, pois como existe uma alta cobertura vacinal de professores e funcionários das escolas, queremos agora que aumente essa cobertura entre os jovens. Não existe nenhuma recomendação de saída de aulas presenciais, mas seguiremos redobrando os cuidados”, declarou. Além da utilização de máscaras, outras recomendações da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia para as escolas incluem manter os cuidados já conhecidos desde o início da pandemia da Covid-19: lavar as mãos, fazer a higienização com álcool 70%, promover boa ventilação em ambientes fechados e seguir o monitoramento de casos. “Recomendamos às escolas que nos ambientes fechados (como nas salas de aula), a máscara seja utilizada, dentre outros cuidados que devemos ter desde o momento que aprendemos a conviver com o coronavírus”, completou Cláudio Furtado.
Além disso, o representante da Seect-PB destaca que a vacinação ainda não tem uma ampla cobertura entre os jovens. Por isso, alerta que as famílias dos alunos que ainda não completaram o ciclo vacinal levem esses estudantes para a imunização para garantir uma ampla cobertura vacinal dentro da comunidade escolar.
“Quando as pessoas já vacinadas são acometidas pela Covid-19, os efeitos são menores do que em pessoas não vacinadas. Então, recomendamos completar o ciclo vacinal e também manter os cuidados existentes para casos de Covid-19”, reforçou o secretário.
Conforme o secretário, desde o início da pandemia da Covid-19, as escolas adotaram regras para manter o ensino. Neste sentido, ressalta a atuação do Comitê Escolar de Crise que possui condições de tomar medidas e conta com representação dos professores, da gestão, dos estudantes, da comunidade escolar. “Quando acontece aumento de casos da doença, esse grupo se pronuncia em relação ao que pode ser realizado”, afirmou.
Crianças com comorbidades serão vacinadas exclusivamente em domicílio
por Nalim Tavares*
A partir de hoje, em João Pessoa, a vacinação contra Covid-19 em crianças de seis meses a dois anos de idade, com comorbidades determinadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), será realizada exclusivamente em domicílio, com agendamento prévio feito através dos números de contato da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O horário de agendamento é das 8h às 15h.
A decisão da SMS foi tomada com o objetivo de diminuir o risco de exposição dessas crianças e evitar o desperdício de doses do imunizante, visto que cada frasco pode vacinar até dez crianças e, após aberto, tem validade de 12 horas. De acordo com o chefe da Seção de Imunização de João Pessoa, Fernando Virgolino, “o intuito da prefeitura e de todos os profissionais que atuam nesse processo de vacinação é propiciar mais acessibilidade, segurança, informação sobre os imunizantes e, principalmente, garantir a proteção desse grupo, que é mais vulnerável”.
Para esta faixa etária, o esquema primário de vacinação é composto por três doses. Destas, duas devem ser administradas com quatro semanas de intervalo, e a terceira dose deve ser aplicada pelo menos oito semanas depois. No momento da vacinação, é necessário que os pais ou guardiões responsáveis apresentem um documento oficial com foto ou certidão de nascimento da criança, junto ao cartão do SUS e comprovante de residência em João Pessoa. Também será preciso entregar um laudo médico que comprove a comorbidade da criança, para ser arquivado no ato da vacinação. Segundo Fernando, a procura por vacina para essas crianças ainda é baixa, mas esse cenário já era esperado pelo Setor de Imunização do Município, que tem adotado estratégias para reverter tal quadro. Através do Disque Vacina, canal de atendimento que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h, é possível entrar em contato com agentes de imunização do município para tirar dúvidas e obter mais informações.
“Têm doenças que podem deixar sequelas para a vida toda e levar à morte. Se há vacinas disponíveis, é melhor manter a proteção e o cuidado em dia”, ressaltou Fernando Virgulino.
Também a partir de hoje, a Prefeitura de João Pessoa voltará a imunizar as crianças de três e quatro anos de idade contra a Covid-19. Após um período de indisponibilidade da vacina CoronaVac, indicada para o público desta faixa etária, o Ministério da Saúde enviou novos lotes do imunizante para aplicação da primeira e segunda doses, exclusivamente para esse grupo.
Números para agendamento de vacina com a SMS: 98600-4815, 3212-3371 e 98699-2917.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 22 de novembro de 2022.